Energia solar no RN: parceria iluminada

25 de julho de 2012

Deu no caderno de Esportes do novo Jornal:

Canteiro de obras do estádio. (Foto: Humberto Sales)

A ARENA AMÉRICA, sonho de dirigentes, torcedores e conselheiros por si promete ser um marco na história do clube da avenida Rodrigues Alves. Mas a utilização da energia solar poderá colocar a futura casa alvirrubra num patamar de destaque no Brasil como o possível pioneiro através de uma parceria próxima de ser firmada entre o América e a empresa alemã Mage Solar.

Assim como o Mage Solar Stadion, estádio de futebol na cidade de Freiburg, na Alemanha, de propriedade do SC Freiburg, o América negocia para ter uma praça esportiva autossustentável no uso da energia solar, com 100% dela produzida na própria arena. A empresa, de olho no mercado brasileiro, poderá utilizar o América como uma referência para iniciar o processo de exploração da demanda por energias renováveis – especialmente a solar -, cada vez mais procuradas no país, já que 45% da energia produzida no Brasil vem dessas fontes. Para se ter um ideia, no país existem cerca de 220 mil m2 de painéis solares instalados, o que é irrisório, se comparado a Grécia que tem 2,6 milhões m2, e a mesma exposição solar.

“É algo que está numa situação bem avançada, mas depende especialmente da legislação relacionada a energia solar para a empresa confirmar o negócio. Certo mesmo é que, se conseguirmos esse acerto, a Arena América poderá, talvez, ter o estádio pioneiro em uso de energia solar em 100% das suas instalações”, afirmou o presidente Alex Padang.

A legislação a que o cartola se refere é a Resolução Normativa que definirá como será realizada a inserção do solar fotovoltaico na matriz elétrica do país, como pontos de conexão, sistema de medição ou contabilização da energia ativa que o consumidor e produtor de eletricidade fotovoltaica injetará na rede elétrica da distribuidora. Sem essas definições, e sem a definição da repartição desses custos e dividendos, o marco regulatório para o solar fotovoltaico segue indefinido.

O negócio é fruto da aproximação do presidente americano, Alex Padang, com o cônsul alemão Alex Geppert que intermediou o contato do dirigente com empresários bávaros. A troca de informações resultou, inclusive, numa viagem realizada na primeira quinzena deste mês, na qual o cartola rubro viabilizou não apenas o início das conversas para utilização da energia fotovoltaica, mas outras oportunidades para assegurar uma arena com recursos exclusivos na região Nordeste e no país. Uma delas é a reutilização de água de esgoto por meio de um sistema de purificação que dará o tom de arena autossustentável. Além disso, com a empresa fornecedora de tecnologia para produção de energia, o América ainda trabalha a possibilidade de fechar um contrato de Naming Rights para o novo estádio.

A Mage Solar, inclusive, dá nome ao estádio do Freiburg e também alia a decisão de investir no marketing através do estádio rubro a partir da regulamentação da utilização e produção da energia solar no país. “Não é coisa simples, rápida. Temos mantido contato constantemente por email e teremos um próximo contato, pessoalmente, no mês outubro. Uma delegação virá para ver outras questões aqui no país e no Rio Grande do Norte e vai tratar das questões ligadas ao América”, adiantou o dirigente do Alvirrubro.

Quanto à incursão às terras germânicas, a primeira parada foi na cidade de Bremen, no norte da Alemanha, onde o dirigente rubro e sua comitiva formada pelo cônsul alemão no RN e os engenheiros da Arena América, Francisco Sobrinho e Cláudio Bezerra, visitaram a empresa responsável pela produção do equipamento de irrigação e de drenagem que deverá vir a ser utilizado na nova casa Alvirrubra na cidade de Parnamirim.

Segundo Padang, a doação do equipamento pelo governo alemão e a empresa ao clube potiguar está praticamente confirmada, com a burocracia e a questão da tributação sendo os únicos entraves para a concretização do negócio. “Quanto a irrigação e drenagem do gramado, posso dizer que ficou fechado, estamos vendo questão de papelada e a tributária.

Caminho do desenvolvimento

O dirigente passou ainda por Freiburg, onde conheceu o Mage Solar Stadion, além da cidade de Gelsenkirchen, casa do Schalke 04, um dos principais times do futebol alemão. A cidade de Munique, capital da região da Baviera, foi a última parada da viagem americana. Lá, o grupo se reuniu com representantes do Bayern para discutir ainda uma parceria no futebol com o intercâmbio de jogadores, desde a categoria de base até o nível profissional.

A conversa inicial, entretanto, não foi tão animadora quanto o dirigente esperava. Segundo ele, no futebol, a parceria terá que esperar um pouco mais. “Eles ainda estão arredios. Tiveram problemas muito sério com jogador sulamericano. O  treinador da equipe disse que não queria jogador sulamericano por enquanto. É algo que não podemos mudar de imediato e teremos que esperar um pouco mais para que essa situação possa ser amenizada”, ponderou. A intenção do dirigente era de que o clube, em Natal, pudesse servir de base para trabalhar atletas, como é feito em outros países pelo clube alemão, como China e Índia.Satisfeito e, literalmente deslumbrado com a realidade apresentada, o presidente Alex Padang reconheceu o sucesso da viagem e fez questão de destacar que ela faz parte da mudança de mentalidade pela qual passa o clube.

“Foi uma viagem de sete dias por algumas cidades e acredito que foi possível tirar proveito de muita coisa. Tudo foi muito interessante nas visitas que fizemos, tanto nas questão da energia autossustentável, além de projetos que surgem, senão como facilitadores para o desenvolvimento do clube, como referência para que possamos adequar à nossa realidade. O América tem impregnado na mentalidade administrativa de ser o mais grandioso possível”, ponderou

Saiba mais

A concessão dos naming rights permite que uma empresa estampe sua marca como o nome oficial de uma propriedade, seja ela um espaço ou um evento. Assim como no campo do entretenimento, trata-se de uma estratégia amplamente utilizada no ambiente esportivo, que busca diversificar cada vez mais suas formas de obtenção de receita – principalmente no Brasil. Nos Estados Unidos, a tradição vem de longa data e o modelo está consolidado.

Até escolas de negócios são “patrocinadas” por esta via. O Knight Management Center, da Stanford University, na California, por exemplo, foi assim nomeado graças a um aporte de US$ 105 milhões.

FONTE: HTTP://MUNDODOMARKETING.COM.BR

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