Franquia é alternativa crescente de negócios no mercado potiguar

4 de agosto de 2014

Notícia publicada no portal No Ar:

Ter dinheiro no bolso e vontade de abrir um empreendimento nem sempre significa começar do zero. Para iniciar um negócio já modelado, com processos definidos, metodologias a seguir, ferramentas estabelecidas e marca conhecida, a opção é franquear.

O mercado de franquias faturou mais de R$ 115 bilhões em 2013, enquanto que em 2003 o faturamento do setor foi de R$ 29 bilhões em todo o Brasil, o que corresponde a um crescimento de 297% em 10 anos. O Nordeste concentra 14,5% das unidades de franquia do país e a expectativa de crescimento para 2014 é de 9% na região. Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

O setor em Natal vem crescendo e a cidade ocupa a 21ª posição, em um ranking que lista 200 municípios brasileiros com o melhor mercado para abrir uma franquia. A capital potiguar fica mais bem colocada do que municípios economicamente fortes, como o paulistano São José dos Campos e o fluminense Nova Iguaçu.

O que faz de Natal um local atrativo é o fato de a cidade receber muita gente de outros lugares, com o hábito de consumir algumas marcas específicas de café, restaurante, lanchonete, vestuário e serviços. Essa é a percepção do consultor da SGS Soluções, Ítalo Andrade.

Entre os segmentos mais fortes na cidade atualmente, Andrade destaca o de alimentação. As lojas abertas são tanto de fast food, quanto voltadas para uma dieta mais balanceada. “Alimentação saudável é uma coisa que está muito em evidência agora, tem muita gente buscando, para ser franqueado e para franquear, neste segmento”, ressalta.

De acordo com o consultor, uma das vantagens do modelo de franquias é saber que os produtos e o atendimento serão similares em qualquer loja da rede. “Muito da primeira experiência de quem investe em franquia é como usuário. Quando a pessoa conhece e gosta de um produto ou serviço, a tendência é pensar que na sua cidade de origem as pessoas também vão gostar. Assim, o empreendedor já procura para levar a empresa para a cidade dele”, conta.

Histórico de vendas em loja multimarcas indicava que a cidade comportava uma franquia Lilica e Tigor. (Foto: Alberto Leandro)

Histórico de vendas em loja multimarcas indicava que a cidade comportava uma franquia Lilica e Tigor. (Foto: Alberto Leandro)

Para Ítalo Andrade, na hora de se tornar um franqueado é muito importante perceber quais são as tendências em outras cidades ou países que agradariam o público na cidade onde o empresário pretende se estabelecer e vislumbrar a possibilidade de implantar esses produtos ou serviços. “É essencial considerar sua capacidade de investimento e tempo disponível para dedicação no estabelecimento, ver um ramo de atuação com o qual se tenha afinidade e pontos disponíveis. Também é preciso lembrar que franquia é como qualquer outra empresa: é preciso ter um padrão gerencial, organização e saber separar pessoa física de pessoa jurídica”, explica.

Ampliando a atividade

Os irmãos Mariana, Flávia e Bruno Araújo tinham experiência com loja multimarcas, quando algumas marcas parceiras começaram a abrir sistema de franquia e uma delas ofereceu a oportunidade a eles. “Nossa família tem um grande histórico no comércio de Natal, crescemos dentro de uma loja”, lembram.

Com a experiência de vendas, eles perceberam que a cidade comportava uma franquia da marca de vestuário infantil Lilica e Tigor. Dessa forma, decidiram abrir a primeira unidade da rede na capital, em 2005.

Para trazer a marca, houve um investimento inicial em torno de R$ 200 mil e o tempo de retorno foi de três anos. Recentemente abriram mais uma unidade e as lojas atualmente ficam em dois grandes shoppings da capital.

Apesar de satisfeitos, os empresários garantem que o foco agora está voltado para negócios próprios.

Marca Potiguar
Mas não há apenas empresas chegando. Algumas marcas criadas em solo potiguar estão alcançando novos espaços no Brasil. O consultor conta que os empresários estão começando a despertar para a possibilidade de criar marcas em Natal e expandir o alcance a partir do modelo. “Basicamente, para uma franquia obter sucesso é preciso possuir um produto interessante, um negócio estruturado e processos definidos”, enumera Ítalo Andrade.

De acordo com a gerente da área de franquias da SGS Soluções, Camila Ciccarelli, quando pessoas provenientes de outros lugares chegam a Natal e se deparam com marcas locais, que oferecem produtos de boa qualidade, mas com algum diferencial, muitas vezes surge a curiosidade de perguntar se é uma franquia. “Para possibilitar que elas levem aquela marca para o local onde essas pessoas moram”, completa.

Um exemplo de empresa natalense que está crescendo a partir de franquias é a sanduicheria Gourmet Burguer, que nasceu em 2011. Três anos depois, a rede já conta com lojas em Natal e Mossoró e em breve chegará à Paraíba. O proprietário, Newton Filho, conta que o negócio foi montado como uma maneira de complementar seu salário. “Como eu não tinha dinheiro para abrir um negócio formal, optei por um carrinho. Meu diferencial é o hambúrguer gourmet – mais elaborado, caseiro, fora dos padrões industrializados -, que era um produto oferecido em poucos lugares e eu quis popularizar. Mesmo assim, servia em pratos, com catchup, mostarda e molho barbecue de qualidade”, detalha.

Newton Filho lembra que chegou a faturar R$ 36 mil com o carrinho, valor maior do que o atingido por algumas lojas do mesmo segmento. Com o sucesso, ele optou por abrir uma loja na avenida Engenheiro Roberto Freire, mesma via em que a atividade começou. “Abri a primeira loja com 8 meses de carrinho, mas comecei a montá-la quando estava com o carrinho há 5 meses, praticamente com o lucro que eu tinha. Fiz isso buscando manter um negócio certo”, lembra.

Para viabilizar o carrinho, o investimento inicial ficou em torno de R$ 12 mil, enquanto para a abertura da primeira loja foram necessários cerca de R$ 170 mil. “Só que já foram feitas tantas adequações, que se eu fosse abrir hoje o valor seria bem mais alto. Estimo, pelas franquias, que para abrir uma loja hoje com cozinha equipada, seguindo as normas estabelecidas por lei, é investido uma faixa de R$ 220 mil a R$ 250 mil”, calcula Newton.

O crescimento rápido não fez com que o empresário se acomodasse. Ele busca movimentar o negócio continuamente, apresentando novidades para franqueados e clientes. “A responsabilidade aumenta, porque hoje o meu negócio não existe só para mim e preciso render lucro para outras pessoas que investiram nele. Para continuar atraindo novos clientes e mantendo os que já temos, iremos lançar uma linha light, assinada por uma nutricionista. Esse tipo de iniciativa, ainda não vi aqui em Natal”, finaliza o proprietário do Gourmet Burguer.

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