A Coteminas já teria feito o convite ao Nordestão, que estuda a proposta e confirma haver boas possibilidades de instalar a terceira loja na Zona Norte. “Eles vieram até nós apresentar o projeto e nos convidar para ser uma das lojas-âncora do shopping. Estamos estudando e existe essa possibilidade”, disse. Pioneiro no investimento na Zona Norte, onde acumula dois supermercados, o empresário comemora o novo momento vivido pela região.

A principal mudança, diz ele, foi na autoestima dos moradores da área. “Quando chegamos lá, eles tinham a autoestima muito baixa. Hoje isso mudou. O Nordestão virou referência não só em Natal como na Zona Norte da cidade”, frisa. Para ele, os investimentos que vêm sendo anunciados mostram o crescimento da Zona Norte e o merecimento que a região adquiriu por mais equipamentos de infraestrutura.

Na próxima quinta-feira (29), o SuperFácil Atacado abre as portas e inaugura um novo momento para a rede. Depois de 39 anos no ramo do varejo, o Nordestão envereda pelo chamado atacarejo, segmen-to que une produtos para atacado e varejo em um só lugar. Com investimento de R$ 10 milhões, a loja será a maior do grupo: 5 mil metros quadrados de área de vendas. Serão gerados 250 empregos diretos e há uma expectativa de faturamento mensal de R$ 20 milhões.

A receita de sucesso não é segredo para ninguém. Segundo Manoel, foi a união da família que fez o negócio dar tão certo. Tudo começou quando seu pai chegou a Natal, em 1959, e abriu um box no mer-cado público da Cidade Alta, onde vendia produtos típicos de mercearia. O local era chamado “União”, que remete à principal característica da família e o maior item da receita de sucesso segundo o empre-sário. Os dez filhos se dividiam entre ajudar o pai na venda e estudar no Atheneu.

“Trabalhávamos na mercearia durante o dia e estudávamos a noite no Atheneu. Terminamos o ginásio e o científico lá. Todo nosso estudo foi em escola pública porque meu pai não tinha condições de pagar escola particular para dez filhos”, lembra Etelvino. Hoje, porém, apenas quatro irmãos permanecem como sócios do Nordestão. José Geraldo e Félix integram o conselho administrativo, enquanto Ma-noel e Leônio tocam a diretoria e vice-diretoria, respectivamente. Com um faturamento previsto de R$ 768 milhões para este ano, o Nordestão quer muito mais.

Vivendo um processo de sucessão familiar há cinco anos auxiliado por uma consultoria especializada, o grupo não pensa em abrir o capital da empresa. A intenção é preparar a terceira geração da família para que o negócio seja perpetuado. Abrir o capital não faz parte dos planos da família porque, segundo Manoel, a maioria das empresas que faz isso acaba sem o seu dono genuíno como principal represen-tante. “Não vejo como uma boa perspectiva perder o controle daquilo que plantou, que a família fez crescer”, opina.

A meta do grupo é perpetuar a empresa para as futuras gerações de filhos e netos. A terceira já está trabalhando na empresa. Conforme ele conta, o processo de sucessão começou pelos cotistas e agora está nos filhos deles. O processo, claro, não tem fim. “Ele está sempre se ampliando, crescendo e se aperfeiçoando. Nossa intenção é perpetuar a empresa para que seja um patrimônio não só da família, mas da cidade também”, defende.