Hotéis comemoram ocupação no feriado

22 de abril de 2014

Confira notícia publicada na Tribuna do Norte:

Vinícius Menna
Repórter

O feriado prolongado que uniu a Semana Santa e o Dia de Tiradentes, ao lado da realização de diversos eventos no interior do estado, garantiram resultados positivos para a hotelaria potiguar. Tanto em Natal como em Pipa, as taxas de ocupação dos hoteis situados nos principais corredores turísticos até esta segunda-feira (21) foram altas. Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio Grande do Norte (ABIH-RN), no caso de Pipa, a ocupação atingiu os 100%. Em Natal, o setor também se beneficiou com o período, com cerca de 84% de ocupação.

Com apresentações de atrações nacionais e internacionais, além das belas praias, Pipa ofereceu neste feriado prolongado shows para os gostos mais variados. Quem trabalha com hotelaria comemora os resultados obtidos e atribui a boa ocupação à gama variada de opções culturais.

Taxa de ocupação dos hotéis nos principais corredores turísticos do Rio Grande do Norte deve ficar acima dos 80% no feriadão. (Foto: Alex Regis)

Taxa de ocupação dos hotéis nos principais corredores turísticos do Rio Grande do Norte deve ficar acima dos 80% no feriadão. (Foto: Alex Regis)


“A Semana Santa foi mais lotada do que o réveillon este ano. Acredito que isso tenha se dado pelo fato de ter três noites de shows. Até por isso, a galera jovem foi o público que veio em peso”, comentou o administrador do Costasol Hotel, Antônio Carlos de Morais. Segundo ele, os 22 chalés do hotel ficaram totalmente ocupados de sexta a segunda.

Na Pousada Tartaruga, a situação foi semelhante. Conforme  a recepcionista Tatiana Granoche, o motivo para a ocupação dos 10 quartos durante todos os dias do feriadão foram os shows. “Aqui na pousada, todos foram para os shows. A maioria dos que ficaram aqui era de Natal”, contou. 

O setor também comemorou os resultados do feriadão em Natal. Nos casos encontrados pela reportagem, a maior parte do público era proveniente de estados como Paraíba, Pernambuco e Ceará. No Sehrs Natal, situado na Via Costeira, as reservas para o período atingiram os 100% há cerca de um mês e a procura veio de turistas desses três estados.

“Lotamos no dia 17 e as pessoas ficaram até a segunda-feira. A maior procura foi relacionada ao turismo regional, com hóspedes do Ceará, Paraíba e Pernambuco”, disse o supervisor de recepção do Serhs, Fernando Robinson. Assim como relatado pelo setor em Pipa, segundo Fernando Robinson, a procura agora foi melhor que no réveillon. “Todos os apartamentos ficaram ocupados”, informou.

Localizado em Ponta Negra, o Esmeralda Praia Hotel também esteve lotado durante todo o período do feriado. De acordo com o supervisor de recepção Thiago Costa, os apartamentos do hotel estiveram cheios desde a quinta-feira. “Os hóspedes foram em sua maioria de estados próximos, mais da Paraíba e de Pernambuco. É um pessoal que procura descanso”, explicou.

ABIH
O presidente da ABIH-RN, Habib Chalita, já havia destacado na última sexta-feira que a expectativa para a Semana Santa deste ano era especial, dado o feriado prolongado decorrente da junção com o Dia de Tiradentes. Com a possibilidade do turista aproveitar mais, o setor saiu ganhando. Chalita também enfatizou a questão dos shows, no no caso da Praia de Pipa.

 “A situação de Natal, Pipa, Mossoró e São Miguel do Gostoso foi muito positiva. Pipa atingiu o ápice de 100% e o motivo disso são os eventos, que inclusive refletiram em Natal”, explicou Chalita.

Em São Miguel do Gostoso, um festival de música também foi apontado como um dos motivos para o bom movimento entre os associados da ABIH-RN no município. “E em Mossoró, estão investindo na encenação da Paixa de Cristo, o que contribuiu para o aumento na ocupação, que chegou a 75% este ano”, explicou o presidente da ABIH-RN.

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A ‘economia do conhecimento’ passa pela qualificação”

Tribuna  Norte

Entrevista – Helder Cavalcanti
Diretor regional do Senac-RN

Nadjara Martins
Repórter

O setor turístico do Rio Grande do Norte, que já foi uma das principais bandeiras da economia do estado, vive uma crise de que se arrasta desde 2011. Somente em 2013, a capital potiguar perdeu 2.853 voos comerciais, além de outros 200 internacionais. De acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH/RN), a ocupação hoteleira nos primeiros três meses de 2014 representa apenas 61% da ocupação registrada no mesmo período do ano passado. Em contrapartida, dados do Senac mostram que as pessoas estão se qualificando mais para atuar na área. Esse aquecimento do setor, segundo o economista e diretor regional do Senac, Helder Cavalcanti, é causado pelas expectativas com a Copa do Mundo. A instituição tem registrado um aumento de 40% no número de pessoas formadas por ano para o setor terciário, principalmente em cursos para o comércio e o turismo. Com isso, a instituição aposta na reforma do hotel-escola Barreira Roxa, com a pretensão de torná-lo um “centro de excelência” para a rede hoteleira nacional. A formalização e os caminhos para recuperação do setor turístico serão temas debatidos durante a 20ª edição do seminário Motores do Desenvolvimento, no dia 28 de abril, a partir das 8h, no Hotel Sehrs.  Confira a entrevista do diretor regional do Senac sobre o tema.

Diretor regional do Senac fala do desafio de qualificar mão de obra. (Foto: Aléx Régis)

Diretor regional do Senac fala do desafio de qualificar mão de obra. (Foto: Aléx Régis)

Uma matéria da TRIBUNA DO NORTE do ano passado mostrou um descompasso entre o crescimento do comércio no Estado e a geração de emprego. Em outubro de 2013, o setor crescera 9,1% a mais que no ano anterior. Já a geração de emprego foi 57,60% menor. Há uma desaceleração no mercado de trabalho?

O que nós temos hoje é a visão da qualificação. O Senac não tem observado nenhuma desaceleração no mercado de trabalho, pelo contrário: desde 2011, tivemos um crescimento anual de 40% no número de pessoas qualificadas. Ou seja, há uma grande oferta no mercado de trabalho.

Esse aumento na procura por qualificação é causada pelo o quê?
Temos a força e o crescimento do comércio e dos serviços, que são uma característica da nossa economia, além da procura causada pelo fator Copa do Mundo. A expectativa que foi criada e o processo econômico de recuperação de crise de 2008 nos trouxe esse retrato. A procura foi notada tanto no setor de comércio quanto de turismo. Um exemplo de curso bastante procurado é o curso de idiomas do Senac que, além de ser bastante procurado por todas as profissões, é muito visado pelo aumento do turismo.

O trade turístico fala muito em uma “crise do turismo”, causado pela diminuição dos investimentos do RN como destino e no número de voos. Mesmo assim as pessoas estão se qualificando para a área?
Sim, temos esse traço muito forte. Essa leitura de crise que é feita pelos empresários é muito instantânea. Se voltarmos para 2010, com toda a definição de Copa do Mundo, criou-se uma expectativa: os investimentos que aconteceram, os hotéis que foram incorporados ao leito do estado, o crescimento das agências de turismo… tudo isso fomentou uma procura pela qualificação na área, mesmo com a crise que é identificada agora. Tivemos 2.605 matrículas na área em 2011 e mais de 5.767 no ano passado. A procura pelo segundo idioma é quase uma unanimidade. Se você procurar por segmento do setor, todos estão fazendo: desde o taxista até quem trabalha em hotéis.

A reforma do Hotel Barreira Roxa, anunciada pelo Senac, foi pensada para atender essa demanda de qualificação para o setor turístico?
Hoje o hotel está passando por uma transformação. O Barreira Roxa está sendo reformado e modernizado, a um custo de R$ 5 milhões; ao lado, será construída uma escola, ao custo de R$ 16 milhões. Anteriormente a escola ficava no subsolo do hotel, com poucos mais de 600 m². A escola agora terá 3 mil m², com três andares e novos cursos, que não são ministrados aqui. A previsão de conclusão é de 18 meses e esperamos ter tudo pronto até 2015. Tínhamos uma demanda reprimida na procura de cursos para a área, a nossa necessidade de expansão e uma determinação nacional. Há um projeto em conjunto para que o RN passe a ser excelência na formação hoteleira e de turismo.

Como funcionará este centro?
Hoje existem outros hotéis-escola, como o de Grogotó, em Minas Gerais, e Campos do Jordão, em São Paulo. Existem 4 que são centros de excelência, mas nenhum no nordeste. A ideia é trazer um centro destes para o RN, voltado para a formação turística. Para isso vamos oferecer cursos novos, como de bartender, somelier, laboratórios de garçom, camareira, enologia e informática., além daquilo que já oferecemos. Vale ressaltar que a escola não deixou de funcionar: as atividades estão acontecendo no Senac Centro.

Como recrutador, o comércio tem exigido mais qualificação?
A economia do conhecimento tem uma característica muito própria: antigamente para fazer uma determinada atividade, você tinha 10 ou 15 pessoas. Hoje, com os investimentos em gestão e em tecnologia, você passa para quatro funcionários. Ou seja, a qualificação profissional é um fator decisivo. As pessoas que não estão hoje no mercado de trabalho, na sua grande maioria, é fruto de não terem uma qualificação sedutora para o mercado de trabalho.

Há atividades específicas que demandem essa qualificação?
O que podemos considerar como qualificação sedutora, por exemplo, é o segundo idioma. Todo mundo que trabalha no setor produtivo, desde o taxista ao atendente de farmácia, tem a necessidade de um segundo idioma, isso sem falar de toda a cadeia do turismo. Nos últimos anos, tivemos um boom em restaurantes requintados, que exigem mais dos profissionais voltados para o turismo. Há uma pesquisa da Fecomercio que diz que as pessoas que vêm para congressos passam muito tempo nos supermercados: são pessoas que tentam conhecer a cultura daquela região. Isso evidencia que as pessoas que trabalham no supermercado precisam estar preparados para isso, para receber esses turistas. Nos preparamos desde o frentista ao caixa.

Como podemos analisar o atual momento do estado quanto à qualificação?
Não temos um elemento para falar da qualificação como um todo. Para falar do movimento da indústria, precisaríamos analisar a política econômica do governo, focada no consumo e não na produção e a mudança no processo de exportação como um todo. O que posso falar com mais propriedade é o crescimento contínuo do comércio. Mais de 83% das pessoas que tiveram o ensino técnico e profissionalizante tiveram a assinatura de carteira de trabalho no ano passado, de acordo com uma pesquisa nacional.

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