Hotéis de Pipa enfrentam crise, taxa de ocupação está abaixo da média

24 de maio de 2012

Quarenta por cento dos 135  hotéis de Pipa, que já foi o roteiro turístico mais festejado do Rio Grande do Norte, estão à venda. A informação é das três imobiliárias da cidade que trabalham na captação de interessados.

Com cinco mil leitos e uma histoória de sucessos entre os principais destinos turísticos do Brasil, Pipa hoje, segundo reconhecem os próprios hoteleiros, não consegue obter mais de 30% de ocupação em média na sua rede durante o ano inteiro.

“Com os custos galopantes da atividade, essa é uma tragédia não só para a hotelaria, mas para toda a economia potiguar”, afirma o presidente da Associação dos Hoteleiros de Pipa, Jean Claude Progin.

Hede hoteleira da região emprega cerca de 2.500 pessoas. Turismo movimenta até R$ 300 milhões por ano. (Foto: tudodeturismo.com.br)

Sem qualquer investimento do Estado para proteger essa “galinha dos ovos de ovo” do turismo, lembra Jean Claude, Pipa padece de falta de infraestrutura urbana, de segurança – deficiências compensadas por um zelo excessivo das autoridades ambientais, que multam sem parar hotéis instalados lá há mais de 20 anos.

No ano passado, preocupados com a desconstrução de Pipa como o mais importante destino do Rio Grande do Norte, uma comissão de hoteleiros e empresários que integram a cadeia produtiva do turismo local estiveram com a governadora Rosalba Ciarlini. “Infelizmente, de lá para cá, nada aconteceu”, lamenta Jean Claude.

Empregando 2.500 pessoas, segundo Claude, a cadeia produtiva do turismo em Pipa movimenta tem condições de movimentar até R$ 300 milhões por ano. A crise européia afastou muitos turistas, mas a falta de segurança e episódios evolvendo o assassinato de estrangeiros tem afugentado muita mais gente.

“Já entregamos aos órgãos de segurança um dossiê completo, com nome e endereço, de pessoas envolvidas com tráfico de drogas, mas até agora nada aconteceu”, denuncia Jean Claude.

José Odécio, empresário de turismo de Pipa, diz que a mesma falta de zelo observado na segurança não acontece com os órgãos ambientais, que insistem em aplicar critérios rígidos de proteção a áreas ocupadas há muitos anos. “Daqui a pouco vão querer que qualquer hotel se instale a 100 metros das falésias e, nesse momento, podem fechar Pipa”, desabafa.

Segundo ele, o próprio Ministério Público ignora licenças já concedidas tanto pela Prefeitura quanto pelo Idema e ameaça fechar estabelecimentos que funcionam há anos. “Com toda essa insegurança jurídica não é possível imaginar nenhum empresário se instalando em Pipa”, acrescenta.

Para Jean Claude, com uma Copa à vista em 2014, “não precisaremos de nenhuma bola de cristal para entender que este cenário levará à descapitalização e a decadência da maioria dos hotéis que tiverem uma ocupação inferir a 60% ano, ou seja, quase todos que estiverem instalados em estâncias predominantemente turísticas”.

 

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