Leilão viabiliza 7 novas usinas eólicas no RN

1 de dezembro de 2014

Saiu na Tribuna do Norte:

O leilão A-5 de energia nova, realizado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negociou um total de 2.742,5 Megawatts (MW), incluindo projetos de energia eólica. Ao todo, 36 novos parques saíram vencedores do certame, com potência somada de 925,5 MW e preço médio de venda de R$ 136 por MWh. O Rio Grande do Norte emplacou sete desses projetos e teve o resultado avaliado como “decepcionante”. O estado é um dos maiores polos de investimentos em eólica no Brasil.

“Foi uma performance decepcionante. O estado ficou com apenas 7 parques somando 164MW (15% do total)”, escreveu no microblog Twitter o diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) e ex-secretário de energia do Rio Grande do Norte, Jean-Paul Prates. E acrescentou: “Para o RN, o leilão apresenta a conta de ter abandonado uma política setorial consistente”. Do ponto de vista nacional, Prates avaliou o leilão como positivo. “Mostra que o setor elétrico brasileiro atrai investimentos apesar de ter coisas a corrigir”, escreveu ainda ele.

O preço dos projetos eólicos vendidos ficou em R$ 136/MWh, com deságio médio de 0,7%.  Os projetos somam o total de 925,5 MW em capacidade instalada, fazendo o país atingir a contratação total de quase 2,3 Gigawatts (GW) em eólicas no ano de 2014.

O Rio Grande do Norte é um dos maiores polos de investimentos em energia eólica no Brasil, mas vem perdendo força nos leilões. (Foto: Alex Régis)

O Rio Grande do Norte é um dos maiores polos de investimentos em energia eólica no Brasil, mas vem perdendo força nos leilões. (Foto: Alex Régis)

Projetos
Quatro estados contrataram projetos na área de eólica e o Rio Grande do Norte ficou em terceiro lugar (veja o quadro).

Parte da energia eólica  vendida pelo “Rio Grande do Norte” foi negociada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel). A companhia negociou 54,8 MW médios pelo preço de R$ 136,97/MWh, por meio de contratos de disponibilidade com prazo de suprimento de 20 anos.

O complexo, formado por 6 parques eólicos com potência total de 136,4 MW e garantia física de 54,8 MW médios, será construído no município de São Bento do Norte, mesma região geográfica dos Complexos Eólicos pertencentes à Copel, em fase de construção, “o que proporcionará ganhos de sinergia na estrutura administrativa e de operação e manutenção”, informou a empresa, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os aerogeradores serão fornecidos pela WEG, enquanto que as estruturas elétricas e a construção civil serão executadas, respectivamente, pela SIMM Empreendimentos e a DoisA Engenharia, empresas especializadas no mercado de energia eólica com sede em Natal (RN). Com isso, a Copel passa a ter 663 MW de capacidade instalada em empreendimentos eólicos em construção.

Energia solar não fechou contratos no certame
O leilão realizado ontem tinha  821 projetos habilitados, incluindo empreendimentos eólicos, solares, hidrelétricos e térmicas abastecidas com biomassa, carvão e gás natural. Nenhum projeto de energia solar foi, porém, contratado. Estavam habilitados 179 projetos nessa área (4.872 MW).

Ainda assim, o diretor da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, avaliou o resultado do leilão como  “um sucesso, com investimentos importantes”. Ele ressaltou que um terço dos investimentos está no Rio Grande do Sul e outra parte importante, em Pernambuco – os estados que se destacam. “Em termos de parques instalados, a Bahia tinha o maior número de usinas habilitadas e terá o maior número de empreendimentos a serem implantados.”

Pepitone ressaltou que 2014 foi o ano em que mais se agregou energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Os dados indicam que até 15 de novembro foram agregados à matriz elétrica 6.323 MW de potência instalada. Desses, 43% são oriundos de usinas hidrelétricas. No caso da energia eólica, foram agregados 2.138 MW de potência instalada, o que corresponde a 33% da energia que agora faz parte do SIN. Com relação às termelétricas, as de combustível fóssil totalizaram 388 MW, as de biomassa, 982 MW, e a PCH, 72 MW“.

“Nossa expectativa é agregar até 31 de dezembro mais 1.200 MW, uma quantidade grande a ser disponibilizada ao SIN. Para ter uma média, de 2004 a 2014, estamos ampliando em 3,86% em termos de potência instalada”, disse Pepitone.

Os contratos da energia gerada nas termelétricas que saíram vencedoras ontem garantirão 25 anos de suprimento. O prazo dos contratos dos projetos eólicos e solares cai para 20 anos. Já os empreendimentos hidrelétricos são garantidos por contratos de 30 anos.

*Com informações das Agências Estado e Brasil.

Saiba mais
Os leilões são importantes porque estimulam os investidores a tirarem os projetos do papel, já que garantem mercado para a energia, por meio de contratos de longo prazo. Eles também incentivam a cadeia produtiva, criando demanda para a indústria e uma série de serviços relacionados à implantação desses projetos. Entre as consequências positivas estão a geração de mais empregos principalmente na etapa de obras e movimento para a economia, com mais dinheiro em circulação. Para o país, além disso, ganha-se uma maior disponibilidade de energia.

154364

Clique aqui para ver a publicação original

Deixe seu comentário:

© 2015 RioGrandedoNorte.Net - Todos os Direitos Reservados

O RioGrandeDoNorte.Net seleciona as notícias mais importantes da semana a partir das mais confiáveis fontes de informação setorial. Em algumas delas, agregamos o noticiário de um assunto em um só item, ressaltamos (negritando) ou até comentamos (grifando) a notícia original, caso pertinente.