Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Mulher comanda maior penitenciária do RN

18 de julho de 2012

Deu no caderno Cidades do Novo Jornal

A AGENTE PENITENCIÁRIA maranhense Dinorá Simas Deodato, que acumula doze anos de carreira e experiência dentro do sistema prisional potiguar, tornou-se na manhã ontem a primeira mulher a assumir o comando de Alcaçuz,  a maior e mais problemática unidade penitenciária do estado. A notícia foi antecipada pelo NOVO JORNAL na edição do último domingo.

Embora consciente da possibilidade de ter de enfrentar demonstrações de insatisfação ou mesmo retaliações por ser considerada linha dura, Dinorá mostra-se tranquila. (Foto: Tribuna do Norte)

E preocupação é o que não falta. Assim que colocou os pés no presídio, o primeiro sinal de fumaça logo surgiu. “Um cartão de boas vindas nada agradável. Fui avisada que os presos estão preparado uma rebelião, uma fuga ou coisa assim. Mas não se preocupe. Estou sabendo de tudo e já estou tomando providências quanto a isso”, afirmou Dinorá. Alcaçuz possui atualmente mais de 900 apenados.

Embora consciente da possibilidade de ter de enfrentar demonstrações de insatisfação ou mesmo retaliações por ser considerada linha dura, Dinorá mostrou-se tranquila. Serena, mas atenta ao desafio. “Presídio é tudo igual. Sei que os problemas também são os mesmos. Mas estou curiosa para conhecer Alcaçuz.

Só estou aqui porque estou preparada. Pelo menos ainda não perdi nenhuma noite de sono”, sorriu. “E para me ajudar eu tenho um amigo que sabe bem o que é isso aqui”, acrescentou Dinorá, apontando para o vice-diretor Zemilton Pinheiro, que trabalhou em Alcaçuz durante oito anos. “Estamos unidos”, garantiu ele.

Os primeiros passos de Dinorá dentro de Alcaçuz como diretora foram acompanhados de perto pelo NOVO JORNAL. Antes, porém, uma reunião rápida com Kleber Galindo, que deixa a penitenciária e passa a responder como vice-diretor do Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, na Zona Norte de Natal. “Dinorá é uma proi ssional muito competente. Deixo Alcaçuz com o sentimento de dever cumprido e com a certeza de que diz o que estava ao meu alcance. Também tenho certeza que ela fará um ótimo trabalho”, disse ele, encorajando a amiga.

As visitas às alas do presídio – incluindo o emblemático Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, que permanece interditado por apresentar falhas estruturais  – ficaram para um segundo momento. Ontem, rapidamente, Dinorá fez questão de conhecer de perto apenas o local que um dia foi chamado de setor médico. O prédio foi adaptado por causa da superlotação e hoje acomoda os presos que trabalham nas fábricas de bolas e remanufaturamento de cartuchos de impressora. “Pode entrar diretora. Seja bem vida”, disseram os internos.

Na saída, reclamações e providências que precisam ser tomadas urgentemente. “Estamos sem água mineral há uma semana. Estamos fazendo vaquinha pra ter o que beber”, avisou um dos agentes”. “Diretora, eu preciso de um médico. Fiz uma cirurgia no pâncreas e estou aqui sentindo muitas dores”, reclamou um dos detentos, mostrando a barriga toda ponteada. “Tá vendo. Vou ter trabalho. E pelo pouco que percebi, será muito trabalho mesmo”, disse Dinorá.

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