Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Mulheres potiguares unem missão de ser mãe e empreender

10 de maio de 2013

Notícia publicada no Novo Jornal:

Conciliar o papel de mulher, mãe, dona de casa e esposa e ainda estar à frente de um negócio não é uma tarefa tão fácil, mas muitas potiguares conseguem a proeza. Exemplos não faltam, alguns deles vêm das vencedoras da última edição do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios no Rio Grande do Norte, que aprenderam a aliar as responsabilidades maternas com a vontade de fazer diferença, empreender e se destacar no meio empresarial.

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Cristiane Rodrigues, de Mossoró, venceu na categoria Empreendedora Individual. (Foto: Fred Veras)

Para a mossoroense Cristiane Oliveira, que venceu a premiação na categoria Microempreendedor Individual com a ‘Salada da Galega’, a tarefa torna-se ainda mais desafiadora. Mesmo acordando às 4h da manhã e encerrando as atividades às 23h, não é difícil que aconteça de algum trabalho ser transferido para o dia seguinte. “Para mim, o dia só daria ara fazer tudo se tivesse 48 horas de duração. Eu me divido em mil para levar filho na escola, preparar as saladas, cuidar da casa, da contabilidade, cuidar as saúde, pagar contas, e dar atenção ao maridão. É muita coisa, mas eu me sinto realizada”, assegura.

Manter o filho Eduardo, de três anos, longe da produção e ao mesmo tempo dar atenção que ele necessita é um dos maiores desafios. Afastado da mãe durante os turnos da manhã e tarde, período em que permanece na escola, o filho quer atenção ao retornar para casa, e é quase impossível evitar deixá-lo longe da área produção. “Trabalhar em casa tem seus pontos positivos e negativos. Por um lado, estou perto do meu filho e posso correr quando ele gritar por mim ao acordar. Mas por outro lado, muitas vezes ele quer atenção e fica em meio à produção. Nessa hora é preciso ter muita calma para saber administra”, avalia.

Beleza

Apesar de não se considerar muito vaidosa, a correria diária acaba deixando os cuidados com a beleza em segundo plano. Ir a um salão e preparar uma produção diferente é algo raro. Resta à empreendedora abrir mão de certos procedimentos estéticos, optando apenas por uma escovação no cabelo e os cuidados com as unhas. “Devido à minha rotina, cuidar da beleza é luxo. Faço, no máximo, as unhas e uma escova no cabelo. Apesar disso tudo, não reclamo. Morreria se ficasse parada. Ser mãe, mulher, esposa e empreendedora é o máximo”, enfatiza.

Como empreendedora, Cristiane Oliveira uniu os benefícios de uma alimentação baseada no conceito saudável às necessidades do mercado e transformou salada de frutas em um negócio lucrativo. O negócio teve início em 2007, em Mossoró, com apenas R$ 4 de investimento.
Hoje, a Salada da Galega é uma empresa formalizada e reconhecida em Mossoró. Além das 200 porções diárias de saladas que comercializa em seu carrinho no ponto de venda fixo e na residência da família, a empreendedora já fornece o alimento para um total de seis lanchonetes da cidade. Outro foco do mercado são os buffets, para os quais também já começou a fornecer. Diariamente são produzidos cerca de 30 quilos de salada, e cada 200 gramas são vendidas a R$ 2,00.

Sucesso nos negócios

Maria das Neves ganhou na categoria Pequenos Negócios. (Foto; Fred Veras)

Maria das Neves ganhou na categoria Pequenos Negócios. (Foto; Fred Veras)

e a coleção de certificados dos filhos fosse requisito para a conquista de novos prêmios, a contadora caicoense Maria das Neves Batista Santos aumentaria consideravelmente a coleção. Próximo ao dia das mães, a vencedora da etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria Pequenos Negócios, diz que a mulher que tiver uma família estruturada, também terá sucesso nos negócios e destaca a importância de conciliar a atenção aos filhos com a vida empresarial.

O misto de funções acumuladas pode denunciar a idade de Maria das Neves. Quando passou no vestibular a primeira filha tinha nascido há oito dias, e quando recebeu o diploma da UFRN já era mãe de quatro filhos. Ela não esconde que foi difícil no início. Contou com o apoio da sogra e de uma babá. “Via os filhos no intervalo do almoço e à noite. Eles reclamavam. Um deles chegou a dizer na escola que tinha duas mães, a que cuidava (Santana, a babá) e a que dava dinheiro. Chorei muito quando soube isso”, confessa a contadora.

Casada com o professor universitário Manoel Deodato dos Santos, a empreendedora partilhou com o esposo a criação dos filhos. Maria das Neves é mãe de Isabel Larissa (31 anos), graduada em Ciências Contábeis e especialista em Gestão de Negócios, Emanuel (29 anos), doutorando em Ciências da Computação, Ana Dulce (26), graduada em Enfermagem e mestre em Educação Infantil e João Deodato (25), mestrando em Engenharia Mecânica.

Atualmente, somente Larissa mora com a mãe, sendo também sua sócia e diretora financeira na empresa Econat. A mudança de gerações mostra um novo comportamento da mulher no mundo dos negócios. Segundo Maria das Neves, as adolescentes da sua época eram educadas para ser mãe: “algumas estudavam na Escola Doméstica. Tornavam-se profissionais por acréscimo. Hoje, a prioridade é a independência financeira. Primeiro estudam, depois buscam uma profissão e, geralmente, só depois vem o filho”.

Comando de saia

Mesmo com a evolução nas prioridades das mulheres, a contadora observa que as mães têm um papel importante no mundo dos negócios, como líderes. “As grandes empresas do Brasil que são familiares têm a influencia das mães sobre os filhos. Percebemos que as ideias de negócios de sucesso geralmente partem das mulheres, mas elas nem sempre põem em prática por medo de arriscar”, frisa Maria das Neves, acrescentando que o homem perdeu o preconceito de ser comandado por mulheres.

Como consultora, a empresária premiada diz que tenta ajudar os clientes a manter a família em dia. “Estou fazendo especialização na área de família e constato que uma das causas de fracasso no comércio é a desagregação familiar. Na hora que a família se envolve, por exemplo, com traição e vícios, o desempenho da empresa é afetado”, destaca Neves confirmando que é necessário fazer planejamento na família e nos negócios.

A caicoense lançou em 2010 o livro “Liderança de Alta Performance da Estratégia”, é membro do Projeto Mulher Contabilista do Rio Grande do Norte, da Comissão Científica do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-RN) e fez um curso de formação em Coaching, sendo certificada pela Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, em Coaching Integral Sistêmico.

Atualmente ela está estudando educação inclusiva para ajudar o filho mais novo. “Quando João tinha sete anos, descobrimos que tinha dislexia. O diagnóstico apontava que ele não conseguiria concluir o ensino médio, mas ele já vai partir para um doutorado. Foi a maior vitória da minha vida! Naquele momento eu não vi o problema no meu filho, mas sim sua capacidade de progredir”, emociona-se a empresária. Sobre planos para o futuro , Maria das Neves é objetiva: trabalhar, estudar e se dedicar à família.

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