Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Opção às termoelétricas, energia eólica do RN só deverá ser explorada em setembro

29 de abril de 2013

Notícia publicada no Portal No Ar:

Os consumidores do Rio Grande do Norte vão sentir no bolso o que é não ter nenhuma opção além das termoelétricas para substituir a redução na produção de energia das usinas hidrelétricas – que estão com os reservatórios baixos por consequência da seca. Enquanto em boa parte do Brasil o valor da tarifa de energia vai diminuir, no território potiguar a expectativa (já anunciada) é de aumento de 3,5% para o consumidor “comum” e 7,5% para a indústria. O pior é que, neste caso, outra opção até existe, é a energia eólica que é produzida de forma consideravelmente mais barata. Contudo, não tem sido aproveitada, exclusivamente, devido à ausência das linhas de transmissão. E a previsão mais otimista é que elas estejam prontas só em setembro.

Parque Eólico de Mangue Seco já funciona, porém energia não chega ao destino final (Foto: Divulgação / Ministério do Planejamento)

Parque Eólico de Mangue Seco já funciona, porém energia não chega ao destino final (Foto: Divulgação / Ministério do Planejamento)

Previsão mais otimista porque foi a dada, exatamente, pela Chesf, empresa responsável pela construção das linhas de transmissão que vão ligar os parques eólicos dos municípios de Parazinho e João Câmara a parte da cadeia consumidora do Rio Grande do Norte, permitindo o consumo dessa energia e, consequentemente, a diminuição dos custos da produção energética no Estado.

Os menos otimistas acreditam que essas linhas devem ficar prontas só no início de 2014. Um dos que compartilha com essas previsões, inclusive, é o diretor-geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates. Segundo ele, inclusive, a situação energética que o Rio Grande do Norte vive hoje é consequência de uma lista de “responsáveis”: Governo Federal, Governo Estadual e, claro, a própria Chesf.

“A Chesf seria a primeira porque sabia que não tinha condição de atender a demanda e mesmo assim se candidatou a construir as linhas de transmissão”, analisou Jean-Paul. “O Governo Federal porque não reconheceu o fato de que essas regiões precisavam de infraestrutura para essa demanda da energia eólica” e “o Governo do Estado, sobretudo na gestão de Benito Gama na Secretaria do Desenvolvimento Econômico, que simplesmente ignorou a questão da necessidade das linhas de produção e não cobrou da Chesf”, acrescentou o especialista no assunto.

Jean-Paul Prates, porém, não vê responsabilizações nos responsáveis pelas usinas termoelétricas localizadas em Macaíba, que produzem energia a base de óleo diesel e cobram um valor que está entre os mais altos do Brasil – mais de R$ 1 mil por cada quilowatt. “Essa é uma consequência da procura do mercado. Eles têm a ‘mercadoria’, que é a energia, e vendem de acordo com a demanda”, analisou.

Tampouco, Jean-Paul vê a possibilidade de responsabilização, também, dos investidores de energia eólica. “Eles construíram os parques eólicos dentro dos prazos, porque seriam culpados se terminaram a obra dentro do previsto e não podem produzir energia para a população porque os governos não criaram as linhas de transmissão?”, questionou o especialista.

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