Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

Pescadores de Ponta Negra cobram mudança no projeto de urbanização

13 de dezembro de 2013

Notícia publicada na Tribuna do Norte:

Na Praia de Ponta Negra, um problema tem gerado dor de cabeça para a colônia de pescadores. É que um conjunto de pedras com a finalidade de proteger a estrutura do calçadão contra o avanço do mar, o enrocamento, vai avançar para uma área que tradicionalmente era utilizada para o atracamento das jangadas de pesca, próximo ao Morro do Careca. A medida está dentro de um projeto de urbanização da praia que vem sendo implantado pela Prefeitura do Natal.

O pescador Armando Santos, questiona a iniciativa: “Para o turismo, é ótimo, mas para nós? A pesca aqui é tradição  cultural e histórica, existe desde o tempo do meu bisavô e merece ser respeitada” – contesta. Uma área de 20 metros ao final do enrocamento é utilizada para atracar as jangadas em funcionamento, 38, num total de 45. Cada uma vai ao mar todos os dias, com até três pescadores, menos quando a maré está muito revolta.

Jangadas ficavam atracadas em duas áreas de 20 metros. Hoje, já estão em uma única área. (Foto: Jangadas ficavam atracadas em duas áreas de 20 metros. Hoje, já estão em uma única área. (Foto: João Santos)

Jangadas ficavam atracadas em duas áreas de 20 metros. Hoje, já estão em uma única área. (Foto:  João Santos)

Armando afirma que os pescadores saem ao mar por uma questão de sobrevivência e que  não existe lucro na atividade. Ele afirma que as jangadas costumavam ficar distribuídas em duas áreas de 20 metros, mas como um dos locais já foi cedido para as obras do enrocamento, elas hoje são atracadas em uma única área, ficando “espremidas” uma sobre as outras.

O pescador aponta outro problema: “Estas pedras amontoadas  próximas ao lugar onde ficam as jangadas prejudicam nossa saída para o mar e atrapalham os banhistas. Alguns até se machucam quando a maré enche e cobre parte das pedras”- avisa.

O pescador conta que as jangadas não podem ficar ancoradas no mar porque são feitas de compensado naval, sendo ocas e não têm bóias. Além disso, uma bactéria marinha costuma atacar e destruir a madeira em 15 dias.

Como o diálogo com a Prefeitura não resultava em um consenso, os pescadores procuraram o Ministério Público. De acordo com a promotora Gilka da Mata, “O Ministério Público já realizou duas audiências com os pescadores e com representantes da Prefeitura e um acompanhamento com a filmagem e registro da atividade de pesca no local”.

A Prefeitura propôs a instalação de uma rampa para as jangadas na parte alta da areia, mas os pescadores desconfiam que a rampa não seja adequada e reclamam de ter que empurrar para cima uma embarcação que chega a pesar até 950 quilos. Para descer a rampa seria outro problema, já que as jangadas que nela couberem, ficariam alinhadas uma em frente à outra. No próximo dia 21, o Ministério Público irá acompanhar o teste com a instalação da rampa, às 09 horas, na Praia de Ponta Negra.

NÚMEROS
Situação da pesca na praia de Ponta Negra
<Área: 20 metros
<Peixes pescados: cioba, oriocó, dentão, guaiúba, serra, cavala (dependendo da época do ano)
<Nº de jangadas: 45 – com 2 ou 3 pescadores, cada
<Nº de famílias afetadas: de 40 a 50

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