Notícia publicada no caderno de Política do Novo Jornal:

O prefeito Paulinho Freire (PP) anuncia amanhã o fechamento de cinco secretarias municipais e na sexta-feira, o calendário de pagamento dos meses de novembro, dezembro e o 13º salário dos servidores municipais que estão com indicativo de greve para o dia 20 – caso não haja definição dessas datas.

Foto: wllanadantas.blogspot.com

Empossado para um mandato de 60 dias no lugar da prefeita Micarla de Sousa (PV), afastada do cargo pela Justiça, Paulinho Freire disse que está fazendo o possível para administrar Natal com o mínimo de recursos. Ele sublinhou que seu mandato como gestor municipal é de dois meses, não é de quatro anos, por isso, não pode resolver tudo em tão pouco tempo.

O Sindicato dos Servidores Municipais de Natal (Sinsenat), a convite do prefeito, se reuniu ontem com Paulinho Freire no salão de recepções do Palácio Felipe Camarão. Em cerca de trinta minutos, o prefeito se comprometeu estudar a elaboração do calendário de pagamento e o envio à Câmara Municipal do projeto de lei do adicional noturno dos servidores, reduzido em 80% pela prefeita Micarla de Sousa.

Segundo a coordenadora do Sinsenat, Soraya Godeiro, o calendário e o projeto de lei do adicional noturno são prioridades e a única forma de garantir que a categoria não entre em greve. “Nosso compromisso é com o servidor”, assinalou a sindicalista.

Depois que assumiu o cargo de prefeito, quinta-feira, 1º de novembro, Paulinho Freire criou a expectativa de uma reforma na administração municipal. Ontem, ele disse que não haverá reforma. “Eu vou diminuir algumas secretarias”, confirmou. Serão cinco que ele preferiu não adiantar quais. Haverá corte de cargos comissionados em mais cinco. Mas também não disse quantos serão exonerados.

Paulinho Freire disse que não adianta reforma porque se fosse fazer isso, o município poderia parar. Argumentou que cada secretaria seria obrigada a ter um novo gestor e este, por sua vez, teria de se aprofundar para conhecer a administração e não há tempo para isso.

“Nós temos muito poucos dias. E não fui eleito (empossado) para quatro anos, eu fui para passar 60 dias. O que é muito rápido e a gente tem trocado pneu com carro andando”, disse Paulinho Freire. De acordo com ele, de minuto a minuto chegam ao seu conhecimento problemas que têm de ser solucionados.

O prefeito explicou que não pode extinguir secretarias porque exigiria o enviou de um projeto de lei à Câmara dos Vereadores e, cronologicamente falando, não dá mais para fazer isso. Ressaltou que pensou, como a próxima administração vai receber a gestão que também terá suas prioridades, e fez a opção pelo fechamento das pastas. “Nós vamos apenas fechar alguns órgãos e diminuir outros. Quarta-feira nós temos todas essas definições” declarou.

Micarla

Paulinho Freire disse que também trabalha com a possibilidade do retorno dela devido a implicações como a ação que a prefeita afastada entrou no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para voltar ao cargo. “A qualquer momento ela pode voltar”, subscreveu. Por essa razão disse que é necessário muito equilíbrio para tomar decisões e complementou: “Até porque se ela voltar, ela pensa de um jeito, eu penso de outro. Com certeza se ela voltar algumas mudanças que eu fiz pode ser que não sejam concretizadas”.

Apesar disso, Paulinho Freire segue a rotina de gestor. Ele comentou que não se preocupa com a possibilidade de retorno de Micarla. “Eu estou trabalhando e todo dia é um dia novo para mim. Estou trabalhando para fazer o melhor para o município até o dia que a justiça disser que eu tenho que ficar ou até o dia que eu deva permanecer aqui”. Paulinho também vive a incerteza de permanência no cargo por ordem legal. Não sabe se terá que ficar no cargo até a diplomação dos eleitos ou somente depois da posse na Câmara Municipal. Ele foi eleito vereador pelo PP.

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