Problemas da cidade de Natal por dentro do rio Potengi

13 de agosto de 2012

Deu na editoria Cotidiano do Diário de Natal:

Navegantes, marinheiros, pescadores, desportistas e um punhado de privilegiados têm a oportunidade de entrar em Natal por uma via natural pouco utilizada pelo homem: o Rio Potengi. A visão da cidade, que um dia foi contemplada por colonizadores e indígenas, é hoje um misto de belezas naturais e degradação de vários trechos. Entre os mangues da margem esquerda e áreas que darão espaço para o porto, na margem direita, estão embarcações abandonadas, ruínas históricas, esgotos e obras ainda incompletas. A reportagem de O Poti percorreu na embarcação Chama Maré o estuário entre a boca da barra do rio as proximidades da Ponte Igapó para lançar um olhar sobre o Potengi pouco conhecido do natalense.

Terminal ainda não terminado

Foto: Fábio Cortez/Diário de Natal

Apesar de estar em fase final de construção, o Terminal Pesqueiro está com suas obras paralisadas. Localizado próximo a Companhia Brasileira de trens Urbanos e a Capitania dos Portos, o equipamento ainda não apresenta condições estruturais para receber a produção local. Durante a reportagem, o terminal estava fechado e não foi registrada a presença de trabalhadores no local.

Embarcações degradadas padecem no rio

Desde a entrada do rio uma das visões que salta aos olhos do visitante é a quantidade embarcações largadas nas duas margens. São em maioria, barcos de pesca que um dia foram utilizados como meio de vida dos pescadores e que foram paulatinamente abandonados à sorte e sabor da maré do Potengi.

Marco religioso esquecido

Um dos principais marcos religiosos de Natal e ponto turístico importante da cidade, a Pedra do Rosário não apresenta maiores atrativos aos visitantes quando vista do Rio. Não havia presença de turistas em sua precária estrutura. Seu atracadouro não tem sido utilizado pelas embarcações.

Sítio arqueológico saqueado

Na margem esquerda do Rio, um local histórico pouco conhecido, explorado e visitado por natalenses e a área onde se localiza o cemitério dos ingleses, sitio arqueológico localizado próximo à praia da Redinha. Em séculos passados, o terreno foi saqueado pela população local por acreditar na existência de joias preciosas enterradas com os mortos.

Ecossistema ameaçado por dejetos

O Rio Potengi é ainda é alvo de despejo de esgotos como o que foi registrado nas proximidades das obras do Terminal Pesqueiro. Velhas inimigas e poluentes do estuário, as “bocas de lobo” ainda são visíveis para quem percorre o rio. Na margem direita, a reportagem de O Poti localizou, próximo ao Paço da Pátria, outro ponto que despeja dejetos que ameaçam o ecossistema do rio.

Ruínas de uma história recente

O Museu da Rampa, localizado nas Rocas, um dos principais projetos de resgate histórico do Rio Grande do Norte, desenvolvido pelo Governo do Estado, exibe ruínas, e escombros em boa parte da sua estrutura voltada para o rio. Na margem, embarcações antigas e degradadas evidenciam a situação abandono e descontinuidade de revitalização do museu.

Palafitas no Paço da Pátria

Palafitas com parabólicas. Paradoxo entre o atraso e o progresso. A pobreza das casas sem estrutura, mas que possuem antenas de TV a cabo, localizadas no Paço da Pátria faz o contraste com a visão dos luxuosos edifícios do bairro do Tirol e Barro Vermelho que podem ser vistos ao fundo. Com condições mínimas de vida, a população ribeirinha convive com falta de saneamento e periódicos alagamentos da maré.

Clubes náuticos com dias contados

Trabalhadores da Companha Docas do Rio Grande do Norte (Codern) realizam obras de ampliação do Terminal de Passageiros do Porto de Natal, que se localizará na Rua Chile, Ribeira. As obras englobam as áreas utilizadas pelos clubes de remo cujas sedes estão localizadas na área como clube Náutico e o Sport, que terão que se transferir para outros prédios.

Primeiro porto, cais histórico

O cais histórico da Tavares de Lira, um dos primeiros portos da cidade, ponto de encontro de boêmios e poetas no início do Século XX é hoje o retrato do descaso, o local da sujeira, de barcos degradados e de pequenos bares sem qualquer condição sanitária. Do local partiam, na década de 80 e 90, barcos que faziam travessia de passageiros entre a Ribeira e a Ribeira.

Imponência da base naval

Três navios patrulhas, um rebocador e um dique flutuante estão ancorados na Base Naval Ary Parreira, localizada na margem direita. Do rio, o visitante pode observar os trabalhos das tripulações que fazem reparos e preparam as embarcações para a fiscalização e patrulhamento das águas territoriais.

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