Programa da UFRN estimula ensino da Física em escolas públicas

18 de setembro de 2013

Notícia publicada no portal G1 RN:

Promover e estimular o interesse dos estudantes de ensino médio pelo estudo de Física por meio de atividades teóricas e lúdicas. Esse é o objetivo do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A proposta é refletir sobre a disciplina de forma que ela seja compreendida de maneira criativa, crítica e contextualizada.

O projeto desenvolve atividades em quatro escolas de Natal: no Centro de Educação de Jovens e Adultos Professor Felipe Guerra e nas instituições estaduais Professor Ulisses de Góis, Anísio Teixeira e Padre Monte. A equipe do PIBID Física é composta por um coordenador geral, três professores supervisores e 23 alunos bolsistas de Licenciatura em Física da UFRN.

Proposta do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência é repensar a Física (Foto: Anastácia Vaz)

Proposta do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência é repensar a Física (Foto: Anastácia Vaz)

Ao longo do ano, os docentes supervisores dão aulas teóricas aos estudantes, trabalham experimentos em sala de aula e atraem os jovens com feiras de ciências. Na Escola Estadual Professor Ulisses Góis, por exemplo, foi promovido o Dia da Física, em comemoração ao Dia Internacional da Física, transcorrido no dia 19 de maio.

A professora Amanda Vivian Medeiros de Souza, supervisora do programa, ressalta que nesse dia os alunos fizeram experimentos, discutiram teorias e encenaram uma peça sobre a biografia do cientista Isaac Newton.

Outra atividade executada no Ulisses Góis foi a reprodução do experimento realizado, originalmente, pelo cientista Eratóstenes, no século III a.C., que consistia na medição do raio da Terra. Essa ação, segundo a professora Amanda, contribuiu expressivamente para que os estudantes tivessem seu interesse despertado para a construção de novos conhecimentos científicos e compreendessem alguns aspectos inerentes às ciências e à astronomia, em particular.

“Esse projeto possibilita que o aluno se envolva de uma forma que o faça gostar de Física. É uma matéria densa e que exige muita concentração por parte do aluno, para absorver o que está sendo passado. É por isso que quando utilizamos uma metodologia mais lúdica o aluno se prende mais, aprende mais”, aponta a professora, acrescentando que esse tipo de abordagem também possibilita um estreitamento nas relações entre o professor e o aluno.

A supervisora relata que percebeu mudanças no comportamento de seus alunos durante as aulas. “Eles se abrem mais para aprender, principalmente aqueles que estão concluindo o ensino médio e se preparam para entrar na universidade. Na escola Ulisses Góis, por exemplo, tenho dois alunos que querem entrar na universidade para fazer a graduação em Física”.

As ações que são levadas para as escolas, são planejadas em reuniões semanais entre os integrantes do PIBID. Segundo o coordenador geral do PIBID Física, professor Ciclâmio Leite Barreto, do DFTE, nesses encontros também são feitos exercícios ligados à formação do próprio aluno bolsista. “São palestras, seminários, discussão de textos e muitas outras atividades. Tudo isso para que esse estudante desenvolva projetos de ensino e divulgação de ciências que contribuam com seu aprendizado”, diz o professor Ciclâmio.

Para José Sérgio de Oliveira Araújo, aluno do 4º período do curso de Licenciatura em Física da UFRN, a oportunidade é única. “Conhecer a realidade de uma escola pública e saber como ela funciona colabora muito com nosso trabalho. Acredito que diminuir a evasão nas salas de aula seja o maior desafio, é por isso que tentamos fazer coisas diferentes, como música que tenham alguma explicação científica, gincanas e até tirinhas de física para explicar o conteúdo”, relata.

Trabalho recompensado

Um dos frutos colhidos pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência de Física da UFRN foi a seleção da professora e supervisora do projeto, Amanda Vivian Medeiros de Souza, para conhecer o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), maior laboratório de Física de Partículas do mundo, localizado em Genebra, na Suíça.

Amanda Vivian participou de uma seleção organizada pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) e foi uma dos 30 docentes de Física de ensino médio selecionados por todo o Brasil para conhecer o centro de estudos europeu. Também foi a única representante do Rio Grande do Norte a conquistar uma vaga.

Amanda acredita que esse é um tipo de ação que colabora com o futuro do estudante de escola pública. Ela cita seu próprio exemplo. “Estudava no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), antigo CEFET e não gostava nem um pouco da disciplina. Foi quando dois professores me mostraram que a Física faz parte do dia a dia. Aí me senti  estimulada, passei a gostar e é isso que quero passar para meus alunos”, conta.

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