Rio Grande do Norte é pioneiro no empreendedorismo júnior

14 de outubro de 2014

Como atuar no mercado de trabalho? De que forma é possível empreender para conquistar o próprio negócio? É na busca de respostas para esses questionamentos que surgem as iniciativas e Empresas Juniores (EJs). De acordo com dados da RN Júnior (Federação das Empresas Juniores do Rio Grande do Norte), existem no estado cerca de 34 iniciativas empreendedoras, destas, 23 estão vinculadas a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e seus diversos cursos.

Empresas juniores são associações civis sem fins lucrativos, constituídas através de um estatuto registrado no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas. Compõem-se por alunos matriculados em cursos de graduação em instituições de ensino superior com o intuito de realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento do país, buscando formar profissionais capacitados e comprometidos.

Um exemplo que pode ilustrar como há campo para a atuação das EJs é o da 4Soft, empresa júnior dos cursos de Engenharia de Software e Tecnologia da Informação que foi criada em 2011. A empresa acabou de desenvolver, em parceria com o Instituto Metrópole Digital (IMD), um software: o Banco de Vagas do Instituto, disponível no endereço eletrônico http://vagas.imd.ufrn.br.

O Banco é um serviço gratuito do IMD para aproximar alunos do instituto das oportunidades de emprego, estágio, bolsa e trabalhos freelancer em empresas parceiras. Nele, o estudante ou profissional de Tecnologia da Informação (TI) pode apresentar seu currículo e interesses, bem como submeter proposta às vagas ofertadas. Já a empresa pode ofertar vagas, acompanhar e responder solicitações.

4Soft, Empresa Junior dos cursos de Engenharia de Software e Tecnologia da Informação, desenvolveu Banco de Vagas do Instituto Metrópole Digital. (Foto: Anastácia Vaz)

4Soft, Empresa Junior dos cursos de Engenharia de Software e Tecnologia da Informação, desenvolveu Banco de Vagas do Instituto Metrópole Digital. (Foto: Anastácia Vaz)

“Esta será uma grande ferramenta para a captação de recursos humanos, processo fundamental dentro das empresas de Tecnologia da Informação (TI). A procura por profissionais qualificados é muito grande, até por empresas de fora do estado”, comenta o gerente executivo da Inova Metrópole do IMD, Anderson Paiva Cruz.

Para o aluno de Engenharia de Software Igor Marques da Silva, presidente da 4soft, participar de uma EJ traz experiência e prepara o estudante para lidar também com a burocracia do mercado. “Atualmente a 4soft está em processo de federação com a RN Júnior. O processo de federação não é fácil, requer uma documentação extensa, mas garante maior credibilidade à EJ porque demonstra ao mercado o quão séria é a empresa, que tem toda a documentação regularizada e paga impostos”.

E não é só a área de TI que está aberta ao movimento dos juniores. Segundo  o professor Marciano Furukava, coordenador da Central de Empresas Juniores, ainda este ano algumas EJs da UFRN estarão prestando consultoria para a Secretaria Municipal de Saúde de Natal na área de gestão pública. Na parte estrutural estarão as empresas ADMConsult e Produtiva e na parte social a Apta Consultoria, travando uma parceria pioneira entre o poder público municipal e as empresas juniores.

História

A primeira empresa júnior do Rio Grande do Norte foi a ADMConsult, criada em 1991 exclusivamente por alunos do curso de Administração da UFRN para a realização de serviços de consultoria. Desde então, o número de EJs se multiplicou, o que levou a Universidade Federal a criar a Resolução Nº 161/2008-CONSEPE, que regulamenta o funcionamento e cria a Central de Empresas Juniores (CEJr).

A CEJr é vinculada à Coordenação de Apoio às Iniciativas Empreendedoras da Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ) e congrega os representantes das EJs com a participação dos coordenadores de Iniciativas Empreendedoras e do Núcleo de Inovação Tecnológica. O objetivo é apoiar as empresas dando todo o suporte logístico e fiinanceiro necessários, credenciá-las por meio de certidão e representá-las junto às demais EJs do Brasil.

“Os alunos da UFRN são muito empreendedores. Então a resolução nº 161 foi fundamental para consolidar o funcionamento das EJs, assim como a ligação da central de Empresas Juniores à Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ)”, analisa Marciano Furukava. “Isso porque o fato de estar inserido num projeto de pesquisa atrai ainda mais o interesse dos alunos”, completa.

A Universidade Federal possui EJs em todos os seus Centros Acadêmicos, são elas: ADM Consult (Administração), 4Soft (Engenharia de Software), Apta Consultoria Jr (Psicologia), Consej (Direito), CTJ (Engenharia Têxtil), Doc. Ctrl (Biblioteconomia), Ecosin (Ecologia), Eject (Ciência e Tecnologia), Geologus Jr (Geologia), Nuteq (Engenharia Química), Produtiva Júnior (Engenharia de Produção), Universitur (Turismo), Cursinho DCE, Sigma Consultoria (Estatística), 59 Mil (Publicidade), Caroá Design (Design), Contabili Júnior (Ciências Contábeis) e Start (Tecnologia da Informação).

Muitas dessas EJs atuam no mercado potiguar há algum tempo, como é o caso da ADMConsult, que completou 23 anos. “A UFRN investe fortemente nas EJs. Nós temos um orçamento anual que é investido em todos os aspectos: infraestrutura, formação e consultoria. Realizamos reuniões periódicas com a reitora  ngela Paiva, que se mostra uma grande entusiasta do movimento”, revela o estudante de Administração Guilherme Salustino, presidente da ADMConsult e da RN Júnior.

RN Júnior

Fundada no ano de 2010, a RN Júnior é a federação que representa, regulamenta e desenvolve as Empresas Juniores do Rio Grande do Norte. É uma organização sem fins lucrativos que tem por função dar suporte às EJs e atuar em prol do fomento, do fortalecimento e da divulgação do Movimento Empresa Júnior perante a sociedade potiguar.

A RN Júnior é federada à Brasil Junior (BJ) Confederação Brasileira de Empresas Juniores, formada atualmente por 14 federações, representando 13 estados e o Distrito Federal, o órgão nacional do Movimento Empresa Júnior (MEJ).

O MEJ teve início na década de 60 na França a partir da iniciativa dos estudantes de graduação da Faculdade de Ciências Comercias e Econômicas de Paris e chegou ao Brasil em 1988. O movimento brasileiro se expandiu tanto que em apenas sete anos surgiram 100 empresas, número que foi atingido no país de origem somente em 19 anos. Atualmente, depois de vinte e um anos no país, o MEJ cresceu, profissionalizou-se e amadureceu. Hoje são mais de 27 mil universitários espalhados em cerca de 1.200 empresas juniores e realizando mais de 2 mil projetos por ano.

 

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