Notícia publicada no portal NE 10 Rio Grande do Norte:

Frutas, verduras e legumes livres de contaminação por agrotóxicos e com garantia de qualidade para o consumidor. Esse é o objetivo do programa de Rastreamento e Monitoramento de Agrotóxicos (Rama), que está em funcionamento desde o mês de outubro do ano passado em cem supermercados do Rio Grande do Norte. O total de 25 produtos alimentícios comercializados nas grandes redes estão sendo monitorados.

O objetivo do programa é garantir que o consumidor compre produtos de qualidade e livre de agrotóxicos. (Foto: Tribuna do Norte)

O projeto foi idealizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e acompanha as tendências mundiais do setor varejista na preocupação com a segurança alimentar dos consumidores. De acordo com o conselheiro da Associação dos Supermercados do RN (Assurn), Eugênio Medeiros, o Rio Grande do Norte foi primeiro estado do País a implantar oficialmente o programa, mas as fases de testes ocorreram em Santa Catarina.

Eugênio conta que algumas redes de supermercados no RN ainda não aderiram, pois dependem de processos burocráticos fora do Brasil, caso das marcas internacioanis. Mesmo assim ele contabiliza 50% das lojas já participando do programa, e revela que está confiante na adesão de 100% dos supermercados.

Segundo Medeiros é muito importante ter mais atenção com a origem dos produtos hortifrutigranjeiros. “O objetivo principal do Rama é verificar se o produtor usou agrotóxicos proibidos por lei, ou ainda, aqueles permitidos mas em quantidade excessiva, assim nos sabemos onde compramos e se o que vamos vender tem qualidade. Isso é possível com a coleta de amostras do produto e análise em laboratório”, disse.

Com o uso do Rama os supermercadistas tem acesso a um conjunto de informações que permitem a seleção consciente de seus fornecedores e maior controle de qualidade, ou seja, produtos com boa prática agrícola.

O ponto de partida é a identificação dos produtos entregues ao supermercado com o código de rastreamento QR code. Esse código vai mostrar todo o caminho percorrido pelo produto desde sua origem até as prateleiras, como data de colheita e embalamento, tipo de produto, fazenda onde foi produzido, os dados de agrotóxicos encontrados entre outros.

Eugênio Medeiros explica também, que o Rama é uma iniciativa muito boa, mas que depende da colaboração de todos os elos da cadeia produtiva. “Isso é uma corrente. Para o programa funcionar é preciso da participação do supermercado, mas do principal agente, o fornecedor. Ele é que deve identificar esse produto para que o monitoramento possa ser realizado e caso ele não o faça o produto chega as lojas sem rastreamento”, ressalta.

O conselheiro da Assurn afirma que o Rama só traz benifícios, tanto para o consumidor final quanto para o varejista. “Nós entendemos que na hora que podemos estampar um produto com garantia de qualidade vamos estar fidelizando o cliente, aí está o grande benefício para os varejistas.Já para o consumidor, levar para casa um produto com segurança alimentar é fundamental”, diz.  Além de simultaneamente poder responsabilizar todos os agentes participantes da cadeia produtiva para que assim sejam apresentadas soluções para os possíveis problemas.

Para participar do programa os fornecedores tem um custo de um centavo por quilo entregue a cada supermercado. Já os supermercados tem um custo avaliado de acordo com o número de caixas existentes no estabelecimento.

A empresa responsável pela implantação do Rama, é a PariPassu, que faz os  testes para medir a quantidade e qualidade de agrotóxicos nos alimentos. Caso algum produtor estiver em desacordo com as determinações da Anvisa ele será notificados e os supermercados comunicados.

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