Daniel Turíbio

Daniel Turíbio é jornalista da agência Smartpublishing Mídias em Rede. Já trabalhou com mídia impressa, rádio e assessoria de comunicação. Reside em Natal/RN.

RN poderá exportar frutas para o Chile

24 de julho de 2013

Notícia publicada no Jornal de Hoje:

Melão e melancia potiguar no Chile. Se tudo ocorrer dentro do esperado, é isso que pode acontecer no curtíssimo prazo. Uma missão chilena está em Mossoró desde o dia 14 para analisar se compra ou não a fruta local que figura entre os itens mais importantes da pauta de exportação do Rio Grande do Norte.

Para o coordenador de desenvolvimento comercial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Otomar Cardoso, os números atuais da exportação dessas frutas não poderiam ser melhores se comparados aos anos de 2012 e 2011: melancia com crescimento de 29,1% e melão com 6,9%.

Foto: revistalitoralleste.blogspot.com

Foto: revistalitoralleste.blogspot.com

“Isso ocorre provavelmente pela expectativa de retomada das compras em alguns países da Europa. Os valores do primeiro semestre deste ano, comparados com os demais, são bem favoráveis, pois todos os países registraram crescimento em sua demanda”, acrescenta.

Pelos números da Sedec, na comparação entre os primeiros semestres de 2011 e 2013, as exportações de melão registraram um crescimento de 50%, enquanto as de melancia de 153,1%.

Em 2012, o RN exportou pouco mais de US$ 54 milhões de melões, dos quais a Holanda figura como maior comprador com pouco mais de US$ 20 milhões desse total. O Reino Unido vem em segundo lugar com US$ 20.6 milhões e Espanha um pouco abaixo com US$ 15 milhões. Todos esses países – com exceção da Espanha e a Itália, mais atingidas pela crise econômica – compraram mais melão potiguar no ano passado em relação a 2011.

Já com a melancia, as exportações totalizaram em 2012 US$ 7,8 milhões e a Holanda também figurou como o maior comprador com quase US$ 5,6 milhões.

Na última segunda-feira (21) a missão chilena se reuniu com técnicos da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), entre eles, o ex-reitor, professor Josivan Barbosa, do Coex, do Idiarn e do Ministério da Agricultura. O encontro aconteceu no prédio da reitoria da Ufersa. O reconhecimento da Área Livre de Pragas, a ALP, é um ponto que soma para que essa exportação se torne possível.

A missão chilena é formada por técnicos do Serviço de Agricultura daquele país – SAG -, que vieram conhecer a cadeia produtiva do melão e da melancia do semiárido nordestino. A expectativa otimista é de que a primeira remessa seja feita ainda nesse segundo semestre. “A visita dessa missão é de grande importância para a fruticultura irrigada uma vez que possibilitará um avanço nas exportações para o Chile”, considerou o reitor da Ufersa, professor José de Arimatea de Matos.

Segundo o presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade do RN – Coex, Luiz Roberto Barcelos, a crise econômica na Europa afetou as exportações de frutas. Ele apontou a conquista de novos mercados como saída para se manter o nível de exportação.

“O Chile é um país bastante interessante, pois a população tem o hábito de consumir frutas”, frisou. O presidente do Coex explicou ainda que a região tem capacidade para exportar entre 200 a 300 toneladas de melão para aquele país. Atualmente, o RN e o CE exportam para os Estados Unidos e Europa mais de 8 mil toneladas, entre melão e melancia.

Além da autorização para exportação obtida junto aos países europeus e americanos, os chilenos conheceram de perto a história da fruticultura irrigada, num vídeo produzido pela Ufersa, bem como o trabalho de controle realizado pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte.

“Temos mais de 8,5 mil quilômetros de área livre da mosca da fruta e somos responsáveis pela emissão da Certificação Fitossanitária de Origem”, explanou Magno Lacerda, chefe de gabinete do Idiarn.

O representante do Ministério da Agricultura, Roberto Papa, mostrou a importância da fruticultura para o Estado. “A Área Livre de Pragas é a nossa principal grife”, reforçou, se referindo a Anastrepha grandis, conhecida popularmente como a mosca das frutas.

Para Roberto Papa, o primeiro passo foi dado com o interesse comercial do Chile no melão e na melancia produzidos na região do semiárido. “Agora, cabe aos dois governos os acertos para se iniciar a exportação das frutas”, acredita Roberto Papa. A Área Livre de Pragas é regulamentada por normas internacionais de fitossanidade.

Segundo o presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN (Coex), Luiz Roberto Barcelos, o RN e o Ceará exportam por ano em melão o equivalente a R$ 150 milhões, ficando metade para cada estado. “O Chile é um novo e importante mercado para nós e vamos nos focar para que a comitiva chilena aprove o nosso processo de controle da mosca branca”, afirmou.

Aos poucos, sem alarde, os produtores de melão do estado começam a diversificar seu mercado, tradicionalmente focado na Europa, para outros continentes e isso no momento em que os tradicionais compradores europeus, como a Inglaterra, aquecem a sua demanda pela fruta potiguar, apesar da crise econômica.

O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, superado apenas pela China e Índia. Sua participação no comércio internacional é de apenas 1,6% em divisas e 2% em volume, ocupando o 15º lugar entre os países exportadores. O Rio Grande do Norte está entre os três maiores produtores de frutas frescas do país. Só o agropolo fruticultor Mossoró/Assu concentra 90% da produção nacional de melão.

Só o mercado norte-americano tem um potencial estimado de US$ 130 milhões para o melão brasileiro. O país importa US$ 478 milhões anuais em melões, principalmente do México, Guatemala, Costa Rica e Honduras. O ponto favorável, principalmente aos produtores potiguares e cearenses, segundo a Agência Sebrae, está relacionado à variedade comercializada no mercado externo, o melão amarelo. Esse tipo é difícil de ser encontrado no mercado internacional, mas é produzido em larga escala nas regiões de Mossoró (RN) e Vale do Jaguaribe (CE).

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