Querido Focinho

Neli Terra é jornalista dos setores jurídico e energético (renováveis, O&G), apresentadora e diretora de TV, mãe, madrasta, esposa, filha, irmã. Gaúcha. Movida por desafios.Andarilha por natureza. Apaixonada pelos animais, sonha com um mundo onde todos convivam com respeito e harmonia.

RN se prepara para a 9a edição da Feira do Camarão

4 de maio de 2012

DEU NA TRIBUNA DO NORTE:

O faturamento do mercado de camarão no Brasil deve dobrar em 2012, se comparado com 2011, quando atingiu a faixa de R$ 1 bilhão. Essa expectativa foi apresentada por Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), durante o lançamento da 9ª Fenacam – Feira Nacional do Camarão, nesta quinta-feira (03/05), no auditório do Sebrae-RN. O evento acontecerá de 11 a 14  de junho, no Centro de Convenções de Natal.

Segundo os dados apresentados, apesar de possuir número significativo de produtores, 560 dos 1.300 existentes em todo o país, o RN continua na segunda posição na produção de camarão no país, com 23 mil toneladas produzidas em 2011, atrás do Ceará, que produziu 30 mil toneladas. Enchentes registradas em 2008 e 2009 nos principais pólos produtores potiguares reduziram em 2 mil hectares a área de viveiros do Estado. Desde então, o RN busca alcançar novamente a liderança nacional.

O desafio, segundo Itamar Rocha, é legalizar o micro e pequeno produtor, através de licenças ambientais concedidas pelo Idema para cultivo do camarão em áreas legais salgadas e doces, e a disponibilização de linhas de crédito específicas para viabilizar a produção.

Quase 80% dos produtores no RN são micro e pequenos, que têm dificuldades de obter licenciamento e acesso a crédito, o que aumenta ainda mais o desafio. A vantagem do Ceará, que também enfrenta dificuldades para licenciar a atividade, em relação ao RN, é que o estado vizinho possui médios e grandes produtores capazes de superar crises com mais facilidade. “O cenário poderia ser diferente caso os pequenos recebessem uma atenção especial dos governos Estadual e Federal somado à diminuição dos impostos. Só quem paga PIS e COFINS são os produtores de pescado, as aves e bovinos não são taxados, o setor tem quer ser competitivo para alcançar o sucesso, é importante também continuar com a proibição da importação do camarão”.

Para 2012 a expectativa de produção no Brasil é de 75 mil toneladas de camarão, um aumento de cinco mil toneladas em relação ao ano anterior. O mercado interno tem potencial para absorver ainda mais essa produção – 100% do camarão produzido no país é consumido aqui.

Ainda segundo Itamar Rocha, com relação ao mercado da aqüicultura, o Brasil apresenta pouca exploração de suas potencialidades, o que, com a demanda interna, estimulou a importação do pescado, principalmente oriundo da Ásia. Somente em 2011, 340 mil toneladas de pescado foram importadas, o que corresponde a R$ 1,52 bilhão. Os números chamam ainda mais a atenção quando comparados aos 9 bilhões de hectares inexplorados no país, que são propícios para a atividade.

A FENACAM

“Desafios e perspectivas para a aquuicultura brasileira” é o tema central da Fenacam 2012. O evento pretende evidenciar as oportunidades do mercado, os avanços tecnológicos e o desenvolvimento do setor aquícola brasileiro.  Além da 9ª Feira Internacional de Serviços e Produtos para Aquicultura, com 165 estandes, a edição deste ano contará com Apresentações de Trabalhos Técnicos, o VI Simpósio Internacional de Aquicultura, o IX Simpósio Internacional de Carcinicultura e o IX Festival Gastronômico de Frutos do Mar, este último é aberto ao público com pratos da culinária regional.

Programação e panorama do setor foram apresentados pelo presidente da ABCC, Itamar Rocha

 

DEU NO NOVO JORNAL:

AQUELE QUE JÁ foi o maior exportador de camarão do Brasil hoje é apenas segundo lugar no ranking de produção anual. Há cinco anos o Rio Grande do Norte perdeu o posto de líder para o vizinho Ceará. Em 2011, enquanto o primeiro produziu 23 mil toneladas do crustáceo, o Ceará produziu 7 mil a mais. Atualmente com toda produção brasileira voltada para o mercado interno, o setor quer voltar a exportar, mas só depois de garantir incentivos do governo federal.

O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), Itamar Rocha, falou sobre o setor ontem no lançamento da 9º Feira Nacional do Camarão (Fenacam), que acontece de 11 a 14 de junho no Centro de Convenções. De acordo com o empresário, o setor tem se recuperado graças às vendas ao mercado interno, que estão rendendo 40% a mais que o preço pago pelos países estrangeiros.

“Antes vendíamos só o camarão fresco, agora o mercado interno abriu espaço para o camarão processado, que tem se mantido firme com preços bem competitivos. Estão pagando de 35% a 40% melhor do que o mercado estrangeiro. Isso compensou os problemas e assim estamos nos recuperando”, relata. Entretanto, ainda há perspectivas de os carcinicultores voltarem ao mercado externo.

Prova disso foi a participação da ABCC na European Seafood Exposition, realizada na última semana de abril em Bruxelas, Bélgica, considerada a maior feira do mundo do setor de pescado. “Mesmo sem estar focados na exportação, estivemos lá para mostrar que estamos de volta e queremos participar do mercado internacional”, reiterou Itamar. Isso só será possível, porém, caso o governo federal coloque em prática os pleitos dos empresários.

Entre eles estão a desoneração da folha de pagamento nas indústrias de processamento, isenção de PIS e Cofins nas vendas internas para compensar a perda de receita com a desvalorização do dólar e consequente queda nas exportações, além de criar selos de qualidade para o produto brasileiro. “Precisamos que nosso produto seja certificado, para que se torne um diferencial em relação ao camarão produzido na Ásia, por exemplo.

Esse é o caminho”, comenta.

Enquanto isso não acontece, o RN segue perdendo espaço para o Ceará na produção nacional. Até 2007 o Estado figurava como primeiro lugar no ranking, mas desde estão perdeu o posto para o estado vizinho. As perspectivas, entretanto, são otimistas. A Potiporã, maior produtora de camarão potiguar, voltou a funcionar em produção máxima segundo Itamar Rocha. São 960 hectares distribuídos em laboratório, fazendas e indústria de processamento a pleno vapor.

“O setor tem dado mostras de recuperação. Algumas áreas enfrentam problemas com virais, mas o setor como um todo está se recuperando”, frisa. A ABCC defende que para essa recuperação ser ainda mais rápida, o governo federal precisa dar um “tratamento mais justo” ao setor. Conforme enfatiza, o ciclo do camarão é curto, de no máximo três meses, e não depende de condições climáticas para produzir. “É uma atividade que pode dar uma resposta muito rápida, só precisa de apoio”, acrescenta.

As importações, por sua vez, estão proibidas desde 1999. O principal foco da medida, diz o empresário, é a questão das doenças, presentes em grandes culturas na Ásia, Equador, México e Venezuela, e que não aparecem no Nordeste brasileiro. “Isso pode prejudicar muito o setor e o Brasil tem grande potencial para se desenvolver. Para preservação desse potencial, acho que o governo tem sido muito coerente na proibição das importações”, opina.

A expectativa para 2012 é de incremento na produção. Rocha acredita que o Rio Grande do Norte produza até 27 mil toneladas do crustáceo até dezembro, motivado, principalmente, pela reabertura da Potiporã, do grupo Queiroz Galvão.

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