RN será autossuficiente em energia limpa

26 de agosto de 2013

Notícia publicada na Tribuna do Norte:

Com a velocidade dos avanços tecnológicos, aerogeradores gigantes, como grandes cataventos, geram energia limpa e poupam a atmosfera de toneladas de poluição. De 2011 pra cá, a produção de energias renováveis triplicou no Brasil. O potencial de crescimento é enorme e atrai a atenção de investidores estrangeiros e locais.

Fonte de energia limpa e inesgotável, as usinas eólicas compõem o modelo de energia renovável que mais cresce. A média anual de expansão é de 25% em todo o mundo. No Nordeste brasileiro, medições indicam que a força eólica é o dobro da demonstrada no mapa de ventos.

Mas o setor ainda responde por uma pequena parcela dentro da matriz energética do país, somente 1,47% do total. A expectativa é que até 2020, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), chegue a 7%. Os investimentos e expansão da indústria eólica são considerados essenciais à sustentabilidade.

Atualmente, 45 parques eólicos estão em construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras somam 3,1 Gigawatts em geração de energia dos ventos, segundo dados da Aneel. (Foto: Alex Régis)

Atualmente, 45 parques eólicos estão em construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras somam 3,1 Gigawatts em geração de energia dos ventos, segundo dados da Aneel. (Foto: Alex Régis)

O Rio Grande do Norte tem a maior matriz energética de eólica do país, 43% de toda energia produzida é proveniente de parques eólicos. A expectativa é que em 2016, além de manter a produção, o Estado passe a exportar cerca de 1/3 do superávit para estados vizinhos.

Jean-Paul Prates, ex-secretário estadual de Energia e atual diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), lembra que desde 2010, o estado atingiu a autossuficiência energética em geração. Para a economia e o setor industrial isso se traduz em ter  a componente energética de um projeto industrial resolvido.

“O maior motor de desenvolvimento da economia do RN, além do recurso humano, é a energia.  Resolvido o componente energético é possível resolver qualquer outro problema industrial e socioeconômico. O problema do Nordeste, inclusive – frisa -, não é a seca, mas é energia”, Jean-Paul Prates.

Mas não significa dizer que o Estado deixará de estar conectada a rede de energia. A suficiência volumétrica é quando se gera o volume equivalente a quantidade de consumo. “Autossuficiência não é independência e sim dizer que pode contribuir, pode jogar na rede, na mesma proporção o que retira, o que consome do sistema”, explica Prates.

O investimento para ser independente da rede de energia não é interessante, complementa o diretor setorial de energia eólica do Cerne, Milton Pinto. Isso porque como os ventos não são constantes e não podem ser armazenados, poderia haver paralisações. “O sistema desconecta”.

Além de autossuficiente em capacidade de produzir energia, o estado também é autônomo em fontes energéticas. E mais: poderá chegar a 2016 com o  potencial de consumo energético atendido integralmente por fontes renováveis.

O otimismo sopra com a estimativa da capacidade futura, devido ao número de parques já contratados – sem contar os arrematados no último leilão. São 45 parques em construção e outros 65 que ainda não iniciaram as obras que somam 3,1 Gigawatts em geração de energia dos ventos, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além do potencial em gás, termelétrica e biomassa. “O Estado não precisa importar carvão, gás. O RN tem vento, gás e biomassa e vai ter sol. Gera a energia de fontes próprias”, observa Jean-Paul Prates.

Energia é base do  desenvolvimento econômico

O meteorologista e professor da Ufal, Luiz Carlos Molion também é categórico: “A verdade é uma só, sem energia no mundo atual não há desenvolvimento econômico e social”. Nesse sentido, a indústria deve aprimorar a tecnologia para que se tenha um baixo consumo e maior eficiência. E quando houver necessidade “colocar as termoelétricas para funcionar”, afirma.

Ao contrário de países que que emplacam a corrida por alternativas às fontes esgotáveis e poluentes, lembra o meteorologista, o Brasil tem uma larga vantagem de abastecimento proveniente das usinas hidrelétricas. “Ainda há muito a ser explorado, cerca de 70% dos recursos hídricos ainda não foi usado, sem contar o potencial da biomassa”, afirma Molion.

Para ele, as usinas eólicas não devem ser vistas como tábuas de salvação, mas como uma alternativa estratégica. “A eólica é uma energia complementar, porque o vento não é constante, não se pode programar o vento para ter a hora que se precisar”, diz em comparação a termoelétricas e hidrelétricas. “Acho que é preciso muita cautela. O Brasil está entrando nesse campo, sem analisar bem esses aspectos”, frisa Molion.

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Diversificação para crescer

Notícia publicada na Tribuna do Norte:

Ter uma matriz energética diversificada é meta em nível internacional, enfatiza o presidente do Cerne, Jean-Paul Prates, uma vez que a dependência de fonte única de energia gera o risco de desabastecimento ou crises econômicas – a exemplo do petróleo em 1973. De acordo com estimativas da Aneel, o consumo de energia no país deve dobrar até 2030, o que torna imperioso investimentos e pesquisas em novas fontes e tecnologias.  .

Nessa busca, até bem pouco tempo atrás, qualquer fonte de energia, em geral a mais barata, era aceita. Mas o cuidado com a manutenção de recursos naturais aponta para fontes renováveis e limpas.

Na indústria sucroalcooleira, o bagaço da cana é queimado para produzir a energia na usina. Aqui no Estado, uma usina tem experimentos no segmento do chamado etanol de segunda geração – mas a produção é baixa e não foi informada.

Na indústria sucroalcooleira, o bagaço da cana é queimado para produzir a energia. Aqui no RN, uma usina tem esse experimento. (Foto: Alex Régis)

Na indústria sucroalcooleira, o bagaço da cana é queimado para produzir a energia. Aqui no RN, uma usina tem esse experimento. (Foto: Alex Régis)

 Se a capacidade instalada de produção de todo o país, cerca de 400 usinas e destilarias, fosse usada para co-gerar energia do bagaço da cana teria o potencial equivalente a uma Itaipu. Mas a geração dessa energia ainda é baixa porque o custo é elevado – um investimento de mais de R$ 100 milhões para instalação de unidade. “Isso demonstra que é um setor estratégico para o desenvolvimento do país, mas não há um planejamento sério para o setor”, observa o presidente da Asplan, Renato Lima.Desafio 

Um dos desafios para as distribuidoras de energia em mais cinco a dez anos, estima o especialista em energias, Jean-Paul Prates, será encontrar um meio para continuar distribuindo energia dentro da perspectiva de crescimento da produção estimulada pelo governo federal. O marco regulatório da energia solar, que permite instalar placas solares fotovoltaicas e transformar radiação solar em energia elétrica, economizando na conta de energia.

Aprovada no início do ano, a resolução nº 482 cria um sistema de compensação de energia que permite ao consumidor instalar pequenas centrais geradoras de energia elétrica (com potência instalada menor ou igual a um Megawatt (MW) em empresas e residências e concede maior desconto para quem instalar usinas de energia solar com até 30 MW ) e trocar energia com a distribuidora local.

 “As distribuidoras são obrigadas a aceitar a energia gerada pelos microprodutores e, além de agregar novos produtos e serviços, deverão cobrar por energia de backup, espécie de reserva para os casos de interrupção, seja por falta de sol ou de ventos”, afirma.O modelo poderá se basear no espanhol. Lá, “ privatizaram” o sol, ou seja, Limitaram a quantia de geração por produtor e quanto ele terá que comprar do sistema. Mas, a curto prazo, é necessário mudar a mentalidade do empresariado brasileiro em relação aos custos iniciais.

Petrobras estuda geração a partir de microalgas

A Petrobras, por meio do seu Centro de Pesquisas (Cenpes), investe no desenvolvimento de tecnologia para o cultivo e a utilização das microalgas como matéria-prima na produção do biodiesel. Atualmente, são realizados testes em planta piloto em Extremoz, no Rio Grande do Norte, que buscam analisar o potencial produtivo, a qualidade e o teor de óleo nas condições climáticas daquele estado, uma região avaliada como propícia ao cultivo.

Desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a iniciativa representa um avanço nas pesquisas iniciadas em fevereiro de 2006, cujos resultados indicam o potencial desses organismos como alternativa de suprimento sustentável à cadeia produtiva do biodiesel. As microalgas têm apresentado potencial de produção de óleo superior ao das oleaginosas típicas para biodiesel. A produtividade pode chegar a ser de 7 a 30 vezes superior ao de vegetais terrestres. Outra característica relevante é que as microalgas “sequestram” carbono com taxas mais elevadas que vegetais e possuem produção contínua.

As microalgas possuem a capacidade de crescer em diferentes tipos de água e, entre as possibilidades pesquisadas, está o cultivo em água de produção de petróleo. O objetivo das pesquisas inclui verificar a contribuição das microalgas para o tratamento dessa água para descarte ou para o reuso. Na prática, as microalgas utilizam as substâncias presentes na água de produção, como nitrogênio e fósforo, como insumo para a conversão em biomassa.

A planta piloto, localizada na cidade de Extremoz (RN), inaugurada em abril de 2012, conta com tanques abertos cuja capacidade é de quatro mil litros e nos quais as microalgas são cultivadas. O processo para gerar biodiesel das microalgas envolve reprodução em tanques, depois coleta, extração do óleo, que transesterificado, produzirá o biodiesel.

Selo verde

A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e a Associação Brasileira de Energia Limpa (Abragel), em parceria com o Instituto Totum, lançaram o Certificado e Selo de Energia Renovável provenientes das fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. O objetivo principal é agregar valor aos empreendimentos de geração e de consumo de energia renovável que, além de cumprir as exigências legais as quais estão sujeitos, desenvolvem programas socioambientais voluntários, que ratificam seus compromissos com a sustentabilidade.

Bate-papo: Norberto Noschang – gerente de tecnologia da Petrobras Biocombustível

O cultivo de microalga para produção de biodiesel é desenvolvido desde quando na Petrobras? Destina-se ao tratamento da água, no sentido de reverter os danos causados por vazamento de óleo?

As pesquisas com microalgas iniciaram em 2006 com o propósito de avaliar uma matéria-prima alternativa para produção de biodiesel. A análise do comportamento das microalgas em água de produção de petróleo é uma das vertentes da pesquisa, e busca verificar a contribuição para o tratamento dessa água para descarte ou para o reuso. Na prática, as microalgas utilizam as substâncias presentes na água de produção, como nitrogênio e fósforo, como insumo para a conversão em biomassa. São analisadas diferentes cepas pré-selecionadas.De que forma essa produção envolve a comunidade, podendo gerar renda para a comunidade local?
Nesta fase de pesquisas, o projeto envolve somente pesquisadores do Cenpes/Petrobras e de universidades parceiras, como UFRJ e UFRN.

Como se dá o processo de produção do biodiesel? Quanto já foi produzido e qual a projeção de produção para este ano?
O projeto de pesquisa analisa a produção de óleo a partir das microalgas. O processo para gerar biodiesel envolve reprodução em tanques, depois coleta, extração do óleo, que transesterificado, produzirá o biodiesel. Nesta etapa, os volumes de óleo são produzidos para atender às necessidades das pesquisas.

Sete projetos eólicos do RN são arrematados por R$ 507 milhões em leilão

 

Notícia publicada no portal No Ar:

De um total de 41 empreendimentos inscritos no Leilão de Energia de Reserva realizado na manhã desta sexta-feira (23), o Rio Grande do Norte teve apenas sete empreendimentos arrematados pelo consórcio Grupo Punaú por uma quantia total de R$ 507.814,070,000 com capacidade de geração de 132.000 MW.

Os empreendimentos eólicos são: Carnaúba I (R$ 84,5 milhões); Carnaúba II (69,1 milhões); Carnaúba III (R$ 61,9 milhões); Carnaúba V (R$ 92,2 milhões); Cervantes I (R$ 61,5 milhões); Cervantes II (R$ 46,1 milhões) e Punaú I (R$ 92,2 milhões).

Os parques eólicos serão instalados em 561 lotes contratados. O consórcio vencedor firmará Contratos de Energia de Reserva (CER) na modalidade quantidade, com início de suprimento em 1º de setembro de 2015 e prazo de 20 anos.

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