Notícia publicada no portal No Ar:

O número crescente de formalizações de Microempreendedores Individuais (MEI) no Rio Grande do Norte demonstra o sucesso que esses profissionais conquistam no mercado potiguar. Pelos dados da Receita Federal, o estado possui atualmente mais de 43 mil empreendedores enquadrados nessa categoria jurídica, que engloba quem trabalha por conta própria e fatura por ano até R$ 60 mil.

Parte desse desempenho deve-se à criatividade, empenho, dedicação e talento de pessoas que transformaram ideais simples em negócios lucrativos, capazes de servir de exemplo para muitos grandes empresários. E esses pequenos negócios estimulam mais formalizações.

Foto: www.microempreendedor.net

O caso professor de violino Jaime Lourenço integra essas estatísticas. Depois de aprender a tocar instrumentos musicais, ainda aos seis anos, Jaime decidiu que deveria ensinar música e iniciou a atividade, em 2002, no projeto Casa Talento Petrobras, até abrir em Natal uma academia de violino que leva seu nome. Em março deste ano, o professor decidiu por formalizar o negócio como MEI.

“Em poucas palavras, optei por me formalizar pela necessidade de organização. O Programa facilita muitas questões burocráticas e me dá oportunidade de ter a assistência de grandes profissionais de gestão, além de pagar meus impostos de maneira bastante simples”, justifica.

O primeiro instrumento que Jaime Lourenço começou a estudar foi bateria. O violino só veio quando tinha 14 anos. Quatro anos depois, começou a lecionar, o que o fez tomar gosto pelo ofício. “Isso aconteceu quando comecei a viajar e participar de festivais com renomados professores no Brasil e no exterior. Tive a sorte de tocar para grandes professores de violino e isso me chamou muita a atenção. Não me imagino fazendo outra coisa”.

Aulas individuais

Hoje, a academia tem 26 alunos matriculados regularmente em aulas individuais. Com esse número, as aulas em grupo são divididas por nível e faixa etária, totalizando nove grupos. De acordo com Jaime Lourenço, a principal conquista advinda da formalização como MEI e contou com o suporte do Sebrae no Rio Grande do Norte. Intervenções que proporcionaram mudanças, principalmente no faturamento.

“A partir do momento em que comecei a pensar mais na melhor forma de fazer a divulgação do meu negócio. Estou desenvolvendo um site que em breve estará no ar. Com o auxílio do Sebrae, percebi que os resultados só dependem da maneira como desenvolvemos as ações. Tudo fica muito claro”. Após o registro, o empreendedor contou com consultoria de especialistas em várias áreas. “Antes, eu apostava em uma ideia de negócio, hoje, me considero realmente um empreendedor”.

Oportunidade foi o que o gastrônomo potiguar Daniel Simplício viu no filão de produtos derivados de chocolate feitos artesanalmente. Ele não pensou duas vezes e pediu demissão do emprego em junho de 2012 para abrir ‘O Melhor Brigadeiro da Cidade’, que produz brigadeiros gourmet. Formalizado como Empreendedor Individual, durante a Feira do Empreendedor do Rio Grande do Norte no ano passado, Daniel Simplício diz que o cadastro no programa foi fundamental para o sucesso do negócio, já que praticamente todos os ingredientes para confeccionar a guloseima são importados e a aquisição necessita de nota fiscal ou número do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Ao todo, são 32 sabores de brigadeiros que estimulam os desejos da clientela, formada por cerca de 200 clientes fixos, entre eles, várias empresas do ramo de alimentos.

Cuscuz do Aranha

Para Moisés Vieira da Nóbrega, o empreendedorismo veio por meio do super-herói favorito, o Homem-Aranha. De uma brincadeira, surgiu o Cuscuz do Aranha, onde todos servem a iguaria típica do Nordeste brasileiro fantasiados do herói dos quadrinhos. O negócio está em funcionamento há cinco meses em Assú, que fica a quilômetros da capital potiguar, e faz o maior sucesso na cidade.

Moisés Nóbrega procurou o escritório regional do Sebrae na cidade e resolveu se formalizar como MEI no início de maio deste ano. “Procurei o Sebrae devido aos benefícios do programa e também para receber ajuda em alguns momentos da minha empresa e ser visto como profissional”.

Sobre as vantagens da formalização, ele comenta: “Pelo fato de ser legalizado, pude fazer uma mídia sem preocupação. Assim, aumentei minhas vendas e fiquei mais conhecido em minha cidade. Tudo melhorou em minha vida empresarial desde que eu me tornei Microempreendedor individual”.

Mensalmente, o Cuscuz do Aranha beneficia 150 quilos do derivado de milho, massa que serve de base para o cuscuz com várias opções de recheios, como frango, carne moída, carne cozida, calabresa, panelada, paçoca, ovos, salsicha ao molho, mortadela e galinha. Atualmente, tem uma carteira de 35 clientes fixos e o faturamento dobrou depois da formalização. Questionado sobre o motivo da escolha pelo cuscuz, Moisés Nóbrega é enfático: “É uma iguaria tradicionalmente nordestina, barata, nutritiva, e que está praticamente em todas as mesas de nossa região”

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