Portal Nominuto.com publica entrevista com especialista em energia e diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates:
O potencial de exploração de petróleo no Rio Grande do Norte – tradicionalmente feito em campos de terra – será ampliado para bacias no mar. A confirmação de que existe petróleo no litoral do Rio Grande do Norte foi feita pela Petrobras e comentada nesta segunda-feira (17) pelo especialista em energia e diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates em entrevista ao RN Acontece da Band.
“A notícia de que se encontrou petróleo em águas profundas deve ser comemorada. O Rio Grande do Norte viverá um novo momento com a descoberta do petróleo no mar”, detalhou Jean-Paul.
A descoberta foi feita em dezembro do ano passado e só agora anunciada oficialmente pela Petrobras após avaliação do poço perfurado nos campos de exploração da Bacia Potiguar.
De acordo com Jean-Paul, a descoberta de uma “coluna vertical de presença de óleo” será avaliada economicamente, mas não é uma “pré-sal” como estão comentando. “No caso da camada pré-sal no Rio de Janeiro a quantidade de petróleo encontrada é bem maior em volume. Lá foi encontrada uma nova Bacia de Campos”, comentou.
Casos semelhantes de bacias com petróleo são encontradas na Arábia Saudita e no litoral africano. Em terras potiguares, a bacia foi descoberta a cerca de 100 quilômetros do litoral.
No caso do Rio Grande do Norte, a exploração sempre foi “onshore” ou seja, em terra. Agora, com a descoberta, o método “offshore” permitirá a exploração do petróleo no mar.
Para o especialista em energia, o novo cenário pode estimular a exploração da unidade da Petrobras no Rio Grande do Norte e Ceará com novos investimentos. “A descoberta pode motivar a Petrobras a novos investimentos no Nordeste, incluindo o Maranhão”, comenta.
Jean-Paul explicou que o Rio Grande do Norte terá até o final do ano 1 gigawatts eólico instalado no Brasil. “Em 2011, o governo federal comemorou 1 gigawatts e o Rio Grande do Norte, sozinho, terá a mesma meta do país inteiro”, afirma.
Sobre os parques eólicos, Jean-Paul disse que até 2018 o Rio Grande do Norte produzirá 3,5 gigawatts de energia. “As perspectivas são boas, transformando o RN provedor regional tão importante quanto Paulo Afonso”, descreve.
Eleições 2014
Sobre as eleições 2014, Jean-Paul Prates – que é filiado ao PT – disse que ainda não há definição, mas que o nome dele está a disposição do partido. “É uma decisão do partido, eu não tinha nenhum plano pré-concebido quando me filiei, mas estou participando dos debates”, comentou.
Para ele, a corrida pela sucessão estadual “ainda está indefinida” e só vai se confirmar quando Wilma, Henrique e Fátima se definirem.
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