Produtores e empresas ligadas ao segmento de flores, folhagens e plantas ornamentais da Grande Natal poderão faturar até R$ 11,8 milhões por ano até 2017, quase o dobro dos R$ 6,1 milhões que são movimentados atualmente na região. O maior desempenho pode ser alcançado pelo setor de plantas ornamentais para paisagismo e jardinagem, que devem crescer nos próximo cinco anos 35% e movimentar R$ 6,4 milhões. Já o ramo de flores e folhagens de corte e envasadas poderão faturar R$ 5,4 milhões. A participação dos produtores de flores locais também deverá acompanhar o crescimento e saltar dos 9% para até 20% do mercado.
As projeções fazem parte do estudo realizado pela empresa paulista Hórtica Consultoria, a pedido do Sebrae no Rio Grande do Norte, junto à cadeia produtiva das flores e plantas ornamentais da região metropolitana de Natal. A proposta é consolidar um plano de marketing para o setor, voltado para a Copa de 2014, com definição dos mercados alvo, posicionamento e mix de produtos com foco no Mundial de Futebol. Os resultados e as ações estratégicas foram apresentados pelos consultores Antônio Hélio Junqueira e Márcia Peetz, que desde novembro do ano passado levantam dados do setor e orientam os empresários ligados a essa cadeia produtiva.
A ideia é impor um crescimento acelerado para o setor com forte impactos nos dois primeiros anos. De acordo os especialistas, se nada for feito, a cadeia produtiva movimentará R$ 10 milhões por ano em 2017 – R$ 1,8 milhão a menos do que o estimado – e manterá um crescimento anual médio de 10%. “O objetivo do nosso trabalho é traçar ações planejadas para acelerar o crescimento da cadeia produtiva”.
Hoje, a área cultivada no Rio Grande do Norte representa apenas 0,17% do total plantado no Brasil e o quantitativo de produtores equivale a 0,4% do número de produtores nacionais. Grande parte das flores comercializadas no mercado local vem de São Paulo, além de o estado sofrer a concorrência dos vizinhos Ceará e Pernambuco. A produção própria de flores e folhagens representa apenas 9% do mercado local, mas, com a capacidade instalada atual, os produtores potiguares teriam condições de abocanhar até 18% dessa fatia.
Na parte de plantas ornamentais, a produção potiguar é melhor. Os produtores potiguares detêm 38% do mercado. Entretanto, as importações imperam com 62%, sendo os maiores fluxos vindos de São Paulo e Santa Catarina e, regionalmente, do Ceará, Paraíba e Pernambuco.
Mercado potiguar
Por isso, a recomendação é investir no mercado local e abdicar do internacional, cujas compras estão em baixa devido à crise do Euro e à recessão nos Estados Unidos, e dos mercados regionais no Brasil, já que outros estados estão com o setor mais consolidado. “É preciso lançar um olhar diferenciado para o mercado local e desviar o foco dos demais. Uma das formas de estimular esse consumo internamente seria destacar os benefícios dos produtos locais, que, em tese, têm mais qualidade, durabilidade e identidade que os vindos de outros estados”, explica Hélio Junqueira.
Em relação ao perfil dos clientes, a recomendação do consultor é que os empreendedores do segmento passem a atuar junto ao público adulto, de ambos os sexos, com poder de compra. “Mas, claro, há também nichos para se trabalhar com públicos de renda inferior”. De acordo com Hélio Junqueira, essa segmentação comportamental pode ser uma das saídas para aumentar o faturamento. “É preciso ter foco nesse consumidor sensível, comunicativo, impulsivo, com características inovadoras e capazes de influenciar as pessoas”.
A sustentabilidade é outro item importante para aumentar a participação nas vendas locais. “Uma campanha estimulando a utilização de espécies nativas é outra opção. Essas plantas regionais são mais adaptáveis ao clima da cidade e não é preciso aguar o tempo todo. Economiza água e ainda preserva as espécies da região. É um bom apelo sustentável”, aponta.
Sugestões como essas estão contidas no Plano de Marketing para Flores e Plantas Ornamentais da Grande Natal, que integra as ações do projeto Sebrae 2014 para esse segmento. O plano contempla programas e ações de fidelização da clientela, adoção de estratégias de crescimento acelerado com o desenvolvimento de produto, acessos a mercados e estratégias de diversificação.
Fonte: Agência Sebrae
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