A maré alta voltou a castigar o calçadão da praia de Ponta Negra, onde ruiu, pela madrugada, mais uma a parte do passeio público. Mesmo não sendo a mais alta do ano, pois ocorreram marés com 2,8 metros de altura em abril, maio e junho deste ano, a ressaca de 2,6 metros que houve às 4h30 de ontem foi suficiente para o desabamento de um poste de iluminação pública e o aterramento de cadeiras e guarda-sóis que existiam embaixo, na areia. Às 6h09 de hoje e de amanhã, estão previstas marés com a mesma altura.
Comerciantes como Cesimar Fernandes, 62 anos, há 40 trabalhando na orla marítima, analisam a situação com um tom de ironia: “Uma vez, conversando com um engenheiro, ele disse que a obra realizada foi bem feita e, “infelizmente” veio a maré e derrubou tudo, mas “bem feito é o Forte dos Reis Magos, que está ali há mais de 400 anos e a maré nunca derrubou”.
O secretário municipal de Serviços Urbanos, o gestor ambiental Luis Antonio Lopes, admitiu que o problema extrapolou a competência de sua pasta, tanto que ele confirmou, para às 15 horas de hoje, una reunião na prefeitura para discussão do assunto, agora envolvendo quase todas as secretarias do municípios, nas áreas de Turismo, da Copa, Planejamento, Defesa Civil, Meio Ambiente e Urbanismo, Obras Públicas e Infraestrutura, Urbana e Comunicação Social, além do Gabinete Civil e a própria prefeita Micarla de Sousa.
“Hoje, não é mais uma obra de recuperação, é de reconstrução, com o tamanho e dimensão do problema, já saiu da atribuição da Semsur”, reforçou Lopes, o qual avisou que as obras de recuperação do primeiro trecho do calçadão que arriou com as chuvas de fevereiro e março, .na avenida Erivan França, “devem estar concluídas em meados de julho”.
Segundo Lopes, as obras estão a cargo da empreiteira Vecon, que foi contratada em caráter emergencial, para concluir os trabalhos em 180 dias, contados de 9 de março, data da assinatura do contrato, no valor de R$ 466 mil.
Agora, informou Lopes, a estimativa do custo de reconstrução do trecho que ruiu do mês passado para cá, é de R$ 801 mil, de acordo com a primeira medição. Depois do desmoronamento que houve ontem, ele disse que será feita uma nova leitura, o que pode elevar os custos da obra.
O secretário de Serviços Urbanos confirmou que a prefeitura pretende chamar o governo estadual para ser parceiro na solução do problema do calçadão de Ponta Negra, assim como o Exército, que poderá dar mais celeridade “e concluir o mais rápido possível a reconstrução do calçadão”.
Por analogia, Lopes até concorda com a colocação do barraqueiro Cesimar Fernandes, a respeito da longevidade de um equipamento arquitetônico como o Forte dos Reis Magos, construído no fim do século XV: “É um comparativo muito interessante, com tanta tecnologia hoje, não se previu que a maré ia avançar e tomar o espaço de volta”.
Para dar uma sobrevida ao calçadão que está sendo reconstruído na av. Erivan França, Lopes informou que a Vecon está construindo uma fundação com um metro a mais de fundura e uma parede de sustentação mais larga, coisa que administrações anteriores não previram, pois as paredes “são ridículas, não tem nenhum palmo de alargamento e são rasas”.
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