Metrópole Digital busca desenvolver polo tecnológico no RN

14 de agosto de 2012

Deu no caderno Cidade do O Jornal de Hoje:

Com poucos mais três anos de existência, o projeto Metrópole Digital já se consolidou como Instituto e se prepara para alçar novos voos, com o objetivo de transformar a UFRN num centro de excelência na área de Tecnologia da Informação. Iniciado em 2009, o Metrópole Digital alia formação de recursos humanos, pesquisa e empresas incubadas. A ideia é criar uma espécie de pólo industrial no Rio Grande do Norte na área de tecnologia da informação.

Para isso, além do curso de formação técnica para programadores e profissionais habilitados para trabalhar com a produção de placas eletrônicas, como as dos computadores, o Metrópole Digital criou o curso de Engenharia de Software e no vestibular deste ano abriu uma nova graduação, que terá sua primeira turma iniciada em 2013, o bacharelado em Tecnologia da Informação. Ao longo desse tempo, o Ministério da Ciência e Tecnologia já investiu cerca de R$ 40 milhões.

Em 2011, a primeira turma formou mais de 400 alunos com idade entre 15 e 18 anos. Ivonildo Rego destaca que projeto concilia ensino, inclusão digital e pesquisa. (Foto: Mauricio Cuca)

O Metrópole Digital conta com dois prédios, que ainda estão em construção, um voltado para a parte de software (programação) e outro para hardware (confecção de placas). Ainda há um forte viés de incentivo à formação de novas empresas. Com financiamento do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Projeto formou no ano passado 407 alunos de ensino médio entre 15 e 18 anos, somente na primeira turma.

O principal plano, explica o diretor do Instituto Metrópole Digital, Ivonildo Rego, é ampliar a linha de atuação e promover o desenvolvimento de um pólo tecnológico no RN. “É um projeto de grande importância e abrangência que concilia ensino, inclusão digital e pesquisa”, afirma. O Instituto Metrópole Digital aproveita todo o potencial que a universidade tem na área de informática e busca integrar esse potencial para gerar no Estado, um polo tecnológico, que segundo Ivonildo Rego, demanda, sobretudo conhecimento.

A formação é iniciada com alunos que ainda estão na vida escolar, prospectando futuros profissionais para o setor. “A proposta é descobrir talentos e forma-los”, disse. O Metrópole Digital começa na base com a formação de jovens, tem produção de conhecimento na parte de pesquisa einovação, que gera as empresas. “Buscamos aproveitar a competência que a universidade construiu ao longo do tempo, agora associando a outras instituições”.

Outra área de atuação do Instituto Metrópole Digital é servir como incubadora de empresas, das mais diversas áreas de atuação. Hoje, o Instituto conta com 12 empresas que trabalham desenvolvendo software para as áreas jurídicas, gestão de sistemas administrativos, gerenciamento de restaurante, entre outras. A expectativa é que para o próximo ano, a nova sede do Metrópole Digital possa abrigar mais 20 empresas, mas o novo prédio tem a capacidade para comportar até 60 empresas.

“Entramos com o apoio na parte da estrutura física, ajudamos a montar o modelo de negócio. As empresas ficam de dois a três anos no Metrópole. Temos uma boa parceria com o Sebrae e o grande desafio hoje é pensar a sustentabilidade das empresas que estão incubadas no Instituto”, observa Ivonildo Rego.

Cursos

O Instituto Metrópole Digital atua com cursos técnicos, graduação e pós-graduação. Para o curso técnico em Tecnologia da Informação, que está com matriculas abertas até o dia 3 de setembro, houve uma novidade, pois este ano, o dobro de vagas está sendo oferecido. São 2.400 vagas nos polos de Natal, Caicó, Mossoró e Angicos. Além dos cursos em Tecnologia da Informação, os alunos têm aulas de inglês instrumental e acompanhamento social, educacional e psicológico. Na área de TI, os alunos podem seguir quatro áreas: Informática para a internet; Rede de computadores; Eletrônica; e Automação Industrial. O diretor Ivonildo Rego informa que o Ministério da Educação, parceiro do curso técnico, já autorizou a contratação de 45 professores e 45 técnicos para dar suporte ao novo curso de graduação.

“O curso atendia apenas Natal. A partir deste ano interiorizamos e vamos atender em mais três municípios do Estado. Uma forma de estar mais próximo dos talentos. Além disso, dobramos as vagas oferecidas e ampliarmos as formas de acesso. São 2.400 vagas, das quais 80% são destinadas aos jovens com idade entre 15 a 20 anos, que estão cursando ou que já cursaram o Ensino Médio e as demais vagas, os 20%, ou seja, 480 vagas, são destinadas às pessoas que não se encaixam nesse perfil. E, como forma de inclusão, 70% das vagas são destinadas aos alunos oriundos da rede pública de ensino”, explicou Ivonildo Rego.

O curso técnico é semipresencial, pois os alunos realizam as atividades numa plataforma virtual, mas são necessárias 4 horas semanais de atividades presenciais. O processo seletivo para ingresso é através de uma prova, que é realizada duas vezes ao ano, que funciona como um teste vocacional, o qual identifica as pessoas com aptidão e vocação na área de Tecnologia da Informação. “Através deste teste, buscamos identificar os novos talentos. Este ano, também daremos uma bolsa de R$ 50 aos alunos de rede pública”, conta Ivonildo Rego.

Naiyan Lima é tutor de uma das turmas presenciais do curso técnico. Ele conta que a aula presencial é o momento que os alunos tiram as dúvidas e realizam atividades especificas, fora do ambiente virtual, como as aulas práticas e apresentação de seminários. “É um espaço para discussão de temas relevantes e onde os alunos esclarecem as dúvidas que surgem ao longo da semana”, disse. Além das aulas semanais, os alunos fazem duas provas por semestre, presenciais, tem uma avaliação continuada e avaliação das atividades desenvolvidas no ambiente virtual. O curso é dividido em três módulos: básico, avançado e integrador.

Pedro Victor Granjeiro tem 18 anos e aluno do curso técnico em Tecnologia da Informação no Metrópole Digital e cursa Mecânica no IFRN. O estudante já está no modulo avançado, onde optou por Eletrônica. “A curiosidade por computadores me levou a fazer este curso. Já estou na parte prática e estou achando tudo muito interessante, como a análise de equipamentos, pois pensamos que informática é um bicho de sete cabeças, e na prática vemos que não é tão complicado assim, embora tenhamos que nos dedicar bastante. A estrutura do Metrópole é muito boa e dá para aprender muita coisa”, disse Pedro, que pretende cursar a graduação de Engenharia Mecânica, após concluir o curso técnico de Tecnologia da Informação.

O bacharelado em Tecnologia da Informação, termo utilizado para se referir ao conjunto de atividades relacionadas ao projeto, construção, operação dos sistemas e das tecnologias da informação, que será realizado de forma presencial no Instituto Metrópole Digital, com duração de três a cinco anos, está com inscrições abertas até o dia 27 de agosto, através do vestibular 2013 da UFRN. Estão sendo oferecidas 240 vagas, nos turnos diurno e noturno, sendo que 120 vagas para o vestibular tradicional e 120 por meio do ENEM/SISU.

O curso de Tecnologia da Informação está relacionado com Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Engenharia de Software, Sistemas de Informação e Gestão de sistemas Computacionais e, consequentemente, diversos profissionais com diferentes formações podem atuar em TI. Dentro da graduação, o estudante poderá optar por diversas habilitações como Sistemas Embarcados, Sistemas de Informação de Gestão, Informática Educacional, Engenharia de Software e Ciência da Computação. “A área de informática ainda não é regulamentada, mas queremos moldar o curso com a sintonia do mercado”, disse Ivonildo Rego.

Em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte (FAPERN), o Instituto Metrópole Digital deverá abrir, ainda este semestre, a pós-graduação, na categoria especialização, em residência em engenharia de software. Serão 30 vagas e os alunos ganharão uma bolsa, no valor aproximado de R$ 800, da FAPERN. E até 2014, o Instituto deverá abrir o mestrado profissional voltada para a área de desenvolvimento de software e gestão e inovação em Tecnologia da Informação.

 

Prédio será entregue em dezembro

O prédio que irá abrigar a sede do Instituto Metrópole Digital (IMD), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tem previsão para a conclusão da obra em dezembro deste ano, quando poderá ser inaugurado e entregue à comunidade universitária. A sede do Metrópole Digital está localizado entre a Residência Universitária e a Associação dos Servidores da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (ASSEC), à entrada Norte do anel viário do Campus Universitário. O prédio está com 46,22% das obras já concluídas, o que equivale a mais ou menos 8.33,24 m². Isso quer dizer que a obra já ingressou na fase de revestimento, ou seja, a cobertura da parte de alvenaria.

A estrutura física é dotada de quatro pisos, sendo a parte térrea mais três andares. As salas de aula serão diferentes das convencionais, com planejamento moderno assim como os equipamentos que serão utilizados.

O prédio novo comportará o DataCenter, que será a central de memória da UFRN. Terá seis laboratórios para bolsistas, uma sala para treinamento, além de 31 salas para incubação de empresas, mais uma área de trabalho para as empresas já incubadas e um Centro de Convivência com lanchonete. Haverá também quatro auditórios, um deles com capacidade para 195 lugares, dois com capacidade para 78 lugares e um com capacidade para 63 lugares.

Estão sendo investidos R$ 11,979 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico através de um convênio com a Fundação Norte-rio-grandense de Pesquisa e Cultura (FUNPEC) e a UFRN. A obra está sendo executada pela construtora Castelo Branco.

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