Deu no caderno Cidade do Jornal de Hoje:

A Associação dos Supermercados do RN (Assurn) lançou o Programa de Rastreamento e Monitoramento de Agrotóxicos (RAMA), programa que atende uma demanda mundial de segurança dos alimentos. O programa foi lançado na manhã da última quinta-feira no Hotel Imirá, na Via Costeira de Natal. O Rio Grande do Norte é o primeiro estado do Brasil a adotar essa medida. Agora, a qualidade dos produtos alimentícios passará a ser controlada, permitindo que o consumidor saiba a procedência dos alimentos.

Programa foi lançado na última quinta-feira, mas dez empresas supermercadistas já aderiram ao sistema de fiscalização. (Foto: Wellington Rocha)

O objetivo do programa é garantir que o consumidor compre produtos de qualidade. De acordo com vice-presidente da Assurn e coordenador do programa, Eugênio Medeiros, dez empresas supermercadistas já aderiram ao sistema de fiscalização. “Isso representa quase cem lojas que estão participando do programa. Essas empresas já podem ter a oportunidade de conhecer quais fornecedores utilizam agrotóxicos e, assim, substituí-los”, disse.

O RAMA irá rastrear e monitorar o uso de agrotóxicos nas frutas, verduras e legumes, garantindo a segurança do consumidor em estar comprando produtos de qualidade. Os produtos passarão a vir com um código de rastreamento que revelará ao distribuidor a identificação da origem e os dados de agrotóxicos encontrados.

Segundo Luciano Grassi, engenheiro agrônomo da PariPassu, empresa responsável pela implantação do RAMA, o programa vem sendo trabalhado há três meses no RN e 47% dos fornecedores já adotaram o processo de implantação do RAMA. “Destes, 28% já estão fazendo o rastreamento. Aqueles que vão apresentando irregularidades são contatados e indicados para se adequarem ao plano de ações”, afirmou.

Para participar do Programa de Rastreamento e Monitoramento de Agrotóxicos, os fornecedores terão um custo de 1 centavo por Kg entregue a cada supermercado. Já os supermercados terão um custo avaliado de acordo com o número de caixas (check-out) existentes no estabelecimento. “Dessa forma, o investimento passa a ser proporcional ao tamanho do supermercado. Nada mais justo”, explica o engenheiro Luciano Grassi.

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, que esteve presente na solenidade de lançamento do programa, afirma que as empresas distribuidoras de alimentos têm que saber a sua responsabilidade enquanto revendedoras do produto. “O beneficiado tem que ser sempre o consumidor final. Os produtores que estiverem em desacordo com as determinações da Anvisa serão notificados e os supermercados serão comunicados para que troquem seus fornecedores de imediato”, afirmou Sussumu.

Os primeiros testes de análise dos produtos no RN já foram realizados e apresentados durante o evento. De acordo com os dados, a beterraba, o pimentão e o abacaxi foram os primeiros produtos encontrados com irregularidade. Até o momento, foram realizadas cerca de dez amostras dos alimentos, com expectativa de serem feitas mais 30 amostras até o final do ano. Para 2013 estão projetadas mais cem análises.

“Há cerca de três anos, a Anvisa comprovou inconformidade nos produtos produzidos no Rio Grande do Norte. Na época, entramos em contato com os supermercados e a Ceasa, principal fornecedora, para avaliar como mudaríamos esse cenário. Hoje temos esse programa disponível para o bem do consumidor. Trabalharemos para que haja uma adesão de todos os fornecedores e distribuidores do Estado”, disse o promotor Sério de Senna, da promotoria do Consumidor.

Clique aqui para ver a publicação original