Salão Imobiliário pretende movimentar cerca de R$ 400 milhões no RN

14 de março de 2012

O 11º Salão Imobiliário do Rio Grande do Norte, segundo maior evento do setor no país, começa hoje com 80% dos empreendimentos enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida, com preços menores e subsídio do governo federal – segundo o promotor e realizador do evento, Ocimar Damásio. Os projetos estão concentrados na Grande Natal, com destaque para municípios como Parnamirim e Ceará Mirim (municípios da região metropolitana, distante a 12km e 28 km da capital, respectivamente. O salão vai até domingo e pretende movimentar cerca de R$ 400 milhões – valor semelhante ao do ano passado. Cerca de 20 mil imóveis serão ofertados.

Engana-se, porém, quem pensa que os empreendimentos com preço acima de R$ 200 mil perderam espaço no evento. A presença deles já é quase 25% maior, em relação a 10ª edição, afirma Ocimar. João Hernandes, coordenador de projetos da Brasil Brokers Abreu, é um dos que comercializam projetos de alto padrão no salão. Segundo ele, há público garantido. “Antes todo o mundo comercializava apenas empreendimentos de padrão econômico, mas encontramos um novo nicho de mercado”, diz. O incremento na oferta de habitações de alto padrão, explica ele, é reflexo da ascensão das classes econômicas.

No ano passado,  a construção civil movimentou R$ 1,1 bilhão, só na Grande Natal. O valor foi 22% maior que o obtido em 2010, quando o segmento movimentou R$ 900 milhões, em valor geral de vendas (VGV). O montante, entretanto, pode ser bem maior. O levantamento realizado pelo Sinduscon/RN só considera as construtoras associadas que responderam os questionários. O Sindicato  ainda não fechou o VGV  para 2012. Segundo Arnaldo Gaspar Júnior, presidente da entidade, ainda é cedo para dizer como a construção civil se comportará em 2012.

Segundo ele e Waldemir Bezerra, presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do RN (Creci/RN), o Salão Imobiliário servirá como termômetro do mercado. Os números do evento – quantidade de unidades vendidas, público predominante, valor negociado – também subsidiam na elaboração de novos projetos. Arnaldo Gaspar espera um ano sem muitos sobressaltos na economia, diferente de 2011. Para Waldemir, a expectativa é boa. As condições de mercado, afirma o presidente do Creci no RN, estão favoráveis. A oferta está em alta e os preços em baixa, dada a concorrência. O carro-chefe, segundo ele, continuarão sendo os empreendimentos enquadrados no Minha Casa, Minha Vida, embora os outros empreendimentos também estejam vendendo bem.

SERVIÇO – 11º Salão Imobiliário do RN
De 14 a 18 de março, no Centro de Convenções de Natal.
Horário: das 14h às 22h.
Entrada e estacionamento gratuitos.

Caixa vai oferecer financiamentos

A Caixa Econômica Federal, que participa do salão há cinco anos, “vai trabalhar com todas as linhas de financiamento, desde aquelas voltadas a pessoas com renda um pouco mais baixa (o FGTS, por exemplo) até aquelas voltadas a pessoas com renda mais alta (recursos da poupança), durante o salão”, afirma o superintendente do banco no Rio Grande do Norte, Roberto Linhares. A maioria prefere, entretanto, usar o FGTS para adquirir a casa própria, amortizar a dívida ou reduzir o valor das parcelas, esclarece Roberto.

A desaceleração da economia, retratada por uma série de indicadores, ainda não preocupa. “Não tivemos redução na contratação. Acredito que manteremos o mesmo ritmo do ano passado”, afirma. Ao invés de reduzir, o banco aumentou suas metas. No Brasil, meta é aumentar o crédito habitacional – e o crédito em geral – em 30%. Com essa façanha, a Caixa se tornaria um dos três bancos com maior valor contratado no país. “Salões como esse contribuem para que alcancemos essas metas”. A Caixa conta com estande próprio e mais 20 correspondentes no evento. Segundo Roberto Linhares, de cada dez pessoas que financiam a compra da casa própria no estado, nove fecham negócio com a Caixa.

Perspectivas para o setor são positivas

O segmento imobiliário deve crescer num ritmo mais lento que o verificado em 2011, segundo análise de Daniele Akamine, sócia diretora da Akamines Negócios Imobiliários e especialista em Economia da Construção e Financiamento Imobiliário. Apesar da desaceleração, o quadro é positivo. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) estima, por exemplo, que a oferta de crédito no setor imobiliário deve aumentar entre 30% e 40% em 2012. A Associação de Investidores Estrangeiros no Setor Imobiliário (Afire), por sua vez, indica que o Brasil se tornará o segundo melhor mercado imobiliário do mundo na atração de investidores estrangeiros este ano, superando a China na lista de preferências.

Para Daniele, a expectativa é que o mercado imobiliário mantenha-se estável em 2012. A especialista explica que vários fatores manterão o mercado imobiliário aquecido. Entre eles: aquecimento do mercado interno, aumento da renda familiar e realização de grandes obras com vista aos  eventos esportivos mundiais, como a Copa do Mundo, cujos jogos serão sediados também em Natal.  O Banco do Brasil, como aponta a sócia diretora da Akamines Negócios Imobiliários, também já sinalizou que   reforçará a concessão de crédito imobiliário em 2012. A instituição encerrou 2011 com um estoque de aproximadamente de R$ 7,7 bilhões em financiamento de imóveis, o que representa um aumento de 126% em relação aos R$ 3,4 bilhões de dezembro de 2010, e pode encerrar 2012 passando de R$ 12 bilhões. “Após um período prolongado de forte expansão, vamos crescer de forma mais moderada”,

Imóveis custam a partir de R$ 70 mil

O Salão Imobiliário reúne ofertas para todos os bolsos e gostos, diz Ocimar Damásio, promotor e realizador do evento. Os preços dos imóveis variam entre R$70 mil e R$4 milhões, uma diferença de 5614%. Muitas construtoras e incorporadoras resolveram apostar num ‘mix’ de produtos. Algumas, entretanto, decidiram segmentar o público. Este é o caso da Progresso Incorporações, que comercializa o condomínio clube Vida Nova, em parceria com a Total Incorporações, durante o salão. Este é o terceiro empreendimento lançado pelas duas incorporadoras na Grande Natal – todos enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

O projeto contempla a construção de um condomínio com 912 apartamentos (dispostos em 19 torres com seis andares cada uma) e 24 itens de lazer, no centro de Parnamirim. Apesar da localização, o valor de cada unidade habitacional não ultrapassa R$84.950. “Pensamos num produto cuja qualidade não brigasse com o preço”, afirma o espanhol César Gallardo, presidente da Progresso. A unidade será entregue 18 meses após a assinatura do contrato, sem contar a carência. Os apartamentos podem ser adquiridos por pessoas com renda familiar a partir de R$ 1,3 mil.

A FGR Urbanismo, cujos sócios são Zezé de Camargo e Luciano, por sua vez, aposta num outro tipo de público: o classe A. A empresa está comercializando, através da Brasil Brokers Abreu, o Jardins de Amsterdã, com 333 lotes de 496 m² a 1.870 m², na estrada de Pium, em Cajupiranga. O valor do lotes varia entre R$ 180 mil e R$ 780 mil. Ao comprar o lote, o consumidor fica responsável pela construção, que deve seguir os padrões do projeto. O diferencial, diz João Hernandes,  coordenador de projetos da Brasil Brokers Abreu, são os 240 mil m² de área verde. A expectativa da empresa, adianta Hernandes, é construir mais quatro ou cinco condomínios na região.

Últimos preparativos: portas serão abertas ao público a partir das 14h desta quarta. Evento pretende movimentar a economia do estado(foto: Rodrigo Sena)

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