Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Natal recebe o primeiro transatlântico

19 de novembro de 2014

Notícia publicada no Novo Jornal:

Após anos de indefinição, ontem o Terminal Marítimo de Passageiros do Porto de Natal entrou, de fato, em operação. Contudo, após a ancoragem do primeiro cruzeiro desde a inauguração do espaço, em julho último, poucos turistas adentraram a imponente estrutura que margeia o Potengi, já que os ônibus das operadoras de turismo aguardavam os visitantes no pátio do porto, exatamente ao lado da plataforma de desembarque.

Segundo o presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Emerson Fernandes, ainda que os turistas sejam provenientes de vários países, não foi necessário que ninguém passasse pela alfândega. Como Natal é o terceiro destino brasileiro do transatlântico Seabourn Quest, como se chama a embarcação, os trâmites para entrada de estrangeiros no país já haviam sido feitos – segundo a direção da Codern, a entrada no país ocorreu no Porto de Santarém, no Pará.

“De qualquer maneira, a partir do próximo mês devemos fixar um padrão operacional para permitir que os ônibus de turismo fiquem do lado de fora do Terminal. Assim, todos os passageiros passarão por dentro da estrutura, mesmo sem necessidade de alfandegamento”, ressaltou Fernandes.

Dos 417 passageiros que aportaram em Natal, cerca de 300 (72%) saíram do navio direto para os passeios adquiridos previamente junto às operadoras, como a Luck Receptivo. O diretor da empresa, George Costa, contou que foram destacados sete veículos para conduzir os turistas a três itinerários distintos – Litoral Norte, com passeios de buggy; city tour, indo até o cajueiro de Pirangi; e um passeio pelos centro de turismo e artesanato da capital potiguar.

Natal foi o terceiro destino brasileiro do transatlântico Seabourn Quest. (Foto: Argemiro lima)

Natal foi o terceiro destino brasileiro do transatlântico Seabourn Quest. (Foto: Argemiro lima)

 

Questionado sobre os valores dos pacotes, o empresário não soube informar quanto pagou cada pessoa, visto que o serviço é contratado diretamente pela operadora do cruzeiro, responsável pelo repasse a seus clientes. Quanto ao valor total da transação, George Costa esclareceu que se trata de uma informação estratégica e sigilosa da empresa.

Os visitantes que desciam lentamente do luxuoso navio  mantinham uma postura de extrema reserva. Até conseguir alguém disposto a dar entrevistas, a reportagem foi solenemente ignorada por várias pessoas, algumas delas de maneira rude, inclusive. Uma das senhoras abordadas, por exemplo, se antecipou ao repórter e questionou se ele tentava vender algo. Ante a explicação de que se tratava de um jornalista, a mulher solicitou: “Saia de perto de mim”.

O mau-humor, todavia, não era unânime entre os presentes. Jerry Jaqua e sua esposa Mary Jaqua, são norte-americanos do Oregon e visitam o Brasil pela primeira vez. Simpáticos, comentaram que nunca haviam ouvido falar em Natal, até contratarem o roteiro turístico, quando passaram a pesquisar pela internet.

“Pesquisamos bastante pela internet, mas a grande fonte de informações foi mesmo o próprio navio. Conversamos com os demais hóspedes e ficamos sabendo que aqui tem lindas praias. Estamos muito ansiosos para conhecer sua cidade”, apontou Mary Jaqua.

A postura do casal ianque foi corroborada por Barry Peirce, australiano de Hope Island, no estado de Queensland. Pela primeira vez no Brasil, o turista da Oceania baseou suas impressões positivas em três pilares fundamentais – as condições climáticas favoráveis, o caráter amistoso e receptivo do povo brasileiro e as belezas naturais do país, especialmente a extensa faixa litorânea.

Em contrapartida, Peirce relatou uma dificuldade encontrada desde que o cruzeiro adentrou terras e águas tupiniquins. Conforme disse à reportagem, o visitante está com problemas para fazer o câmbio do dólar australiano para a moeda local, devido à falta de casas de câmbio de fácil acesso.

“Acredito que esse tipo de serviço deveria ser facilitado em ambientes que recebem um fluxo substancial de turistas estrangeiros, talvez com a presença de caixas eletrônicos diferenciados, não sei. É, definitivamente, um ponto negativo. De resto, está tudo ótimo, estou animado com a possibilidade de um bom almoço à beira mar e um passeio de buggy pelas dunas de Natal, que, me disseram, são fantásticas”, declarou.

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